Liderada por Nuno Cruz, a equipa é composta por 16 investigadores do INESC TEC, alguns dos quais também docentes na FEUP, no ISEP e na Universidade do Algarve. (Foto: DR)

Um grupo de investigadores do INESC TEC integra aquela que é a única equipa semifinalista portuguesa do Shell Ocean Discovery XPrize, um concurso internacional que desafia os participantes a desenvolver projetos tecnológicos inovadores, que permitam explorar e mapear o fundo do mar, dando soluções a problemas atuais e até revelar novos recursos para benefício da humanidade.

Com a duração de três anos, esta competição entra agora na primeira fase de testes, na qual os participantes – de 25 países a nível mundial – são desafiados a provar o funcionamento das suas tecnologias com o mapeamento de 20% dos 500 km2 de área envolvida, numa resolução mínima de 5 metros, identificando pelo menos cinco características arqueológicas, biológicas ou geológicas, tudo em 16 horas.

O acesso e exploração do fundo do mar tem sido um processo difícil e alvo de inúmeras limitações, não só de âmbito físico, mas também económico e até tecnológico. Nesse sentido, o Shell Ocean Discovery XPrize é uma competição que desafia as equipas participantes a levar ao limite a tecnologia de estudo do fundo do mar, criando soluções que permitam avanços a nível de autonomia, escala, velocidade, profundidade e resolução da exploração marítima.

A abordagem da equipa portuguesa intitula-se PISCES – Cooperative Robots for Deep Ocean Exploration – e tem como base a combinação de diferentes plataformas robóticas marinhas para traçar uma solução eficaz e eficiente para a exploração do fundo do mar. Essas plataformas devem ser operadas em conjunto e incorporam uma navegação acústica e um sistema de mapeamento.

Uma das principais vantagens deste sistema é a sua escalabilidade, sendo que o problema da autonomia também se encontra ultrapassado com o desenvolvimento de novas tecnologias de alimentação energética. O resultado deste concurso pode assim dar origem a importantes desenvolvimentos na área, alinhados desde logo com a estratégia que tem vindo a ser trabalhada pelo INESC TEC no que respeita a à exploração do mar profundo.

Liderada por Nuno Cruz, a equipa é composta por 16 investigadores do INESC TEC, alguns dos quais também docentes na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) e na Universidade do Algarve.

A equipa compete nesta fase com mais 20 grupos de investigadores, sendo que apenas seguem para a próxima e última etapa dez projetos. Os vencedores são anunciados em dezembro de 2018.