A «minhoca luminosa» (Fridericia heliota Zalesskaja) foi descoberta em 1990 na Sibéria. (Foto: DR)

Joaquim C.G. Esteves da Silva, docente do Departamento e Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e Simone Marques, estudante de Doutoramento em Química da FCUP (mestre em Química pela FCUP) publicaram recentemente dois artigos em colaboração com o Prémio Nobel da Química de 2008, Osamu Shimomura e investigadores russos, centrados no estudo das substâncias químicas envolvidas na emissão de luz azul (bioluminescência) das minhocas siberianas.

Esta «minhoca luminosa» (Fridericia heliota Zalesskaja) foi descoberta em 1990 na Sibéria e ainda não se conhece em detalhe a reação e o mecanismo da reação de emissão da luz. O objetivo do trabalho passa pela definição das estruturas químicas da luciferina (reagente principal da reação emissora de luz) e oxiluciferina (produto principal da reação emissora de luz).

A investigação teve início a partir de uma colaboração entre uma linha do Centro de investigação em Química da U.Porto coordenada por Joaquim C.G. Esteves da Silva e incluída no plano de trabalho de doutoramento de Simone Marques e, pela equipa de Valentin N. Petushkov, investigador do Laboratory of Photobiology, Institute of Biophysics, Siberian Branch of the Russian Academy of Sciences, Krasnoyarsk, Russia. Mais recentemente outros investigadores começaram a trabalhar no assunto, nomeadamente Osamu Shimomura, prémio Nobel da Química de 2008,o primeiro a isolar a proteína verde fluorescente (Green Fluorescent Protein – GFP).

Os dois artigos foram publicados na última edição da Tetrahedron Letters, referência mundial no campo da química orgânica.  Um deles sintetiza pela primeira vez a estrutura do CompX, um aminoácido que apresenta semelhança com a tirosina , molécula responsável pela emissão de luz de vários animais.  O outro artigo centra-se no estudo do AsLn2, um peptido que os investigadores acreditam estar envolvido na biosíntesesa da minhoca.