Um cruzamento de poemas dos nomes maiores da poesia portuguesa e de autores emergentes. Onde? Na mais recente obra editada pela U.Porto Press, intitulada 110 anos, 110 poemas, uma antologia que representa as vozes poéticas atuantes e decisivas na poesia portuguesa dos séculos XX e XXI na esfera da Universidade do Porto. O livro será lançado no Dia Mundial da Poesia, a 21 de março, às 18h00, na Casa Comum da U.Porto (Reitoria).
Organizado por Isabel Morujão, Professora da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP), o livro junta várias gerações de poetas, desde os estudantes do primeiro curso da Universidade, até à dos atuais estudantes.
“A cada poeta da U.Porto (…) foi pedido que escolhesse um poema seu, já publicado ou inédito.”, explica a docente, no prefácio que antecede a antologia. “É a primeira vez que uma Universidade portuguesa publica um livro de poesia para assinalar o aniversário da sua fundação”, acrescenta.
A apresentação de 110 anos, 110 poemas será feita por Maria Luísa Malato, docente do Departamento de Estudos Portugueses e Estudos Românicos da FLUP.
A entrada é livre, mas sujeita a marcação, através do e-mail [email protected].
A poesia, pelo poeta e artista António Poppe
A partir das 21h30, nesse dia 21 de março, a Casa Comum volta a abrir portas, desta vez para receber um recital único do poeta e artista plástico António Poppe.
Reconhecido pelo trabalho na área da poesia, artes visuais e performance, António Poppe vai recitar, entre outros poemas, parte da obra “Bhagavad Gita”, da Transcriação de António Barahona.
Note-se que António Poppe é o artista convidado de uma residência artística de poesia, que tem passado por vários espaços da Universidade do Porto, ao longo deste mês.
Nas últimas três semanas, o artista e poeta tem trabalhado com os participantes na Brigada de Intervenção Cultural, que será apresentada ao público do Dia da Universidade, assinalado a 22 de março de 2022.
A entrada no recital de poesia é livre e gratuita.
Das salas do ICBAS para o mundo
O Dia Mundial da Poesia também vai ser também comemorado no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da U.Porto (ICBAS-UP), onde, será inaugurada, pelas 18h00, a instalação artística ‘O MUNDO VOLTA A EXISTIR’, com curadoria do médico, poeta e professor da casa, João Luís Barreto Guimarães.
A partir de uma seleção de poemas lecionados na disciplina de Introdução à Poesia (para estudantes de Medicina), João Luís Barreto Guimarães convida o visitante a explorar o universo poético de vários autores contemporâneos, no qual a ironia, empatia e compaixão se misturam, num lugar onde a “linguagem poética e a experiência da doença se interligam”.
‘O MUNDO VOLTA A EXISTIR’ confronta-nos com vários temas da saúde, doença e morte, variando entre a subtileza e a elegância, a sátira e a melancolia. “O corpo humano (e a doença) constituem, desde a antiguidade clássica, um vasto tema para a poesia. A amostra que aqui se expõe reúne vários autores contemporâneos, como Fleur Adcock, Wislawa Szymborska, William Carlos Williams, Helen Farish, entre outros, e aborda temáticas que vão desde a competição entre irmãos pela demanda de atenção materna, à finitude das capacidades cognitivas do ser humano, aos pós-e-contras de determinada terapêutica, até à resignação irónica de um paciente diante da adversidade”, explica o curador da instalação
Através desta mostra, pretende-se celebrar o Dia Mundial da Poesia, mas também sensibilizar os estudantes e a comunidade médica para “a importância da transdisciplinaridade e da cada vez mais urgente necessidade de se ir além da excelência clínica”, remata João Luís Barreto Guimarães.
A instalação artística é da autoria do médico e poeta João Luís Barreto Guimarães, e tem como ponto de partida os poemas lecionados nas aulas de Introdução à Poesia no ICBAS. (Foto: DR)
Para assinalar a efeméride, durante o dia, serão ainda distribuídos marcadores de livros com alguns dos poemas expostos, e o grupo de teatro do ICBAS, o Sótão irá declamar poemas na inauguração.
Esta instalação, pretende dar continuidade ao desígnio do ICBAS em se afirmar como um centro cultural das ciências da vida e da saúde, valorizando o conhecimento científico aliado ao desenvolvimento artístico, e contribuindo diretamente para a dinâmica da agenda cultural da cidade do Porto.
Com entrada livre, ‘O MUNDO VOLTA A EXISTIR’ vai estar patente ao público até 21 de abril, no Foyer do ICBAS (Edifício A, Piso 4) e pode ser visitada todos os dias úteis, entre as 09h00 e as 18h00.
