Esteve agendado para o primeiro semestre de 2020, mas a pandemia acabou por atrasar os planos. Mais de um ano depois, estão, finalmente, criadas as condições para a realização desta experiência imersiva que vai tomar conta da Cúpula do Planetário do Porto, já no próximo dia 4 de novembro, a partir das 19h30.

É mais um encontro improvável, promovido pela Associação Cultural Sonoscopia e que, desta vez, envolve eletrónica, guitarra preparada (fisicamente manipulada com fins experimentais) e vídeo. Tudo isto para ver e ouvir sob as estrelas e planetas que “pintam” o palco do Planetário.

O espetáculo tem início às 19h30, na Cúpula do Planetário do Porto. (Foto: DR)

Vamos, então, aos nomes. A eletrónica ficará a cargo de Lionel Marchetti, compositor francês, da escola de música concreta, e um teórico que se debruça sobre as questões da gestualidade e expressividade na eletroacústica. É conhecido pelo virtuosismo e pela forma exemplar como explora as potencialidades de um gravador de fita, transformando-o num instrumento musical.

Abdul Moimême é a vertente de “explorador musical”, sempre fascinado pelo mistério da descoberta, de Rui Horta Santos. Centrando a sua ação na guitarra ou no saxofone, Abdul investiga as possibilidades expressivas do instrumento, num processo de construção e  desconstrução de paisagens sonoras desconhecidas. Arquiteto de formação, já tocou e gravou na Europa e no Brasil com músicos como Axel Dörner, Carlos Zingaro, Ernesto Rodrigues, Eve Risser, Mark Dresser, Eve Risser, Patrick Brennan, entre outros.

Da “tripulação” da Sonoscopia faz ainda parte Jorge Quintela, realizador que já nos deixou Sobre El Cielo (curta-metragem que entrou em competição em festivais internacionais como o NEXT film Festival, em Bucareste, ou o Crossing Europe Film Festival, em Linz) e Carosello, com o qual conquistou o Grande Prémio do Curtas Vila do Conde e os prémios de Melhor Curta‐Metragem e Prémio do Público no Festival de Cinema Luso‐Brasileiro. Como diretor de fotografia, já trabalhou com realizadores como Edgar Pêra, Rodrigo Areias, Salomé Lamas e Diogo Costa Amarante. Paralelamente ao cinema, tem apresentado obras de instalação vídeo e 16mm e performances audiovisuais.

Feitas as apresentações, a surpresa e a comunhão inusitada de sons são, então, os ingredientes com os quais pode contar, antes de aceitar o convite para esta experiência imersiva proposta pelo Planetário e pela Sonoscopia.

Com entrada livre, o espetáculo tem início às 19h30, na Cúpula do Planetário do Porto. A lotação será por ordem de chegada e é limitada ao espaço existente.

Sobre a Sonoscopia

A Sonoscopia é uma associação para a criação, produção e promoção de projetos artísticos e educativos, centrada nas áreas da música experimental, na pesquisa sonora e nos seus cruzamentos transdisciplinares. Desde a sua criação, em 2011, produziu mais de 700 eventos, criações artísticas, atividades pedagógicas e publicações em cerca de 20 países europeus, bem como em geografias tão distantes quanto os Estados Unidos, a Colômbia, o Chile, o Líbano, o Japão, a Tunísia ou os Emirados Árabes Unidos.

A associação dispõe de um espaço localizado no Porto, com pequenos estúdios equipados e preparados para a conceção e produção de trabalhos criativos e científicos, residências e apresentações informais, tendo acolhido centenas de artistas de todo o mundo.