O Tiago joga voleibol federado. O David não perde uma aula de hip hop, enquanto que o Gonçalo tem uma paixão pelo Piano. Já a Alice gosta de caminhadas e não resiste a um filme de ação. Têm todos 18 anos e são jovens “normais”. Mas com uma particularidade que os distingue de todos os outros. Os quatro acabam de ingressar na Universidade do Porto com média de candidatura de 20 valores, liderando assim o contingente de mais de 4700 estudantes que ingressaram na instituição na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior 2021/2022.

A pergunta impõe-se. Qual é, afinal, o segredo para entrar na Universidade com nota 20? “Não existe nenhum segredo”, garante Alice Lopes. Afinal, “aquilo que faço não passa daquilo que a maioria dos alunos costuma fazer: concentração nas aulas e um estudo em casa para reforçar aquilo que não ficou tão assente”. Junte-se “a sorte de encontrar bons professores ao longo de todo o meu percurso que me ajudaram a ver as disciplinas de uma perspetiva diferente” e completa-se a receita que trouxe a jovem natural de Penafiel ao Mestrado Integrado em Medicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS).

“A minha escolha pela Universidade do Porto foi algo natural, uma vez que fica na minha área de residência. Contudo, o facto de saber que tem duas faculdades de medicina muito prestigiadas reforçou a minha decisão!”, confessa a futura médica que, “se não tivesse escolhido medicina, provavelmente escolheria algum curso mais relacionado com Matemática, a minha disciplina favorita”.

Alice Lopes tem 18 anos e é natural de Penafiel. (Foto: João Soares/U.Porto)

Contas feitas, as expectativas de Alice são “muito altas” para os próximos anos na U.Porto. “Espero conseguir tirar o máximo proveito de tudo o que a Universidade tem para oferecer”, refere.

Para já, a primeira impressão não podia ser melhor. “O sentimento de acolhimento até agora é muito visível e espero conseguir divertir-me e conhecer pessoas que possam ser  amigos para a vida. Afinal, é isso o mais importante, para além de conseguir fazer o curso!”.

“Uma boa gestão de tempo é essencial”

Se alguns podem dizer que entraram no curso com que sempre sonharam, o caminho de David Ramos não foi assim tão linear. “No início do secundário não sabia o que queria seguir, por isso sempre apontei para o máximo”, explica.

As várias experiências vividas na Universidade Júnior, “bem como o prestígio da universidade e os testemunhos de membros da minha família que também se formaram aqui” acabariam, contudo, por ajudar a traçar o rumo do estudante natural do Porto e um dos dois “Nota 20” que ingressaram este ano na licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP).

David Ramos tem 18 anos e é natural do Porto. (Foto: João Soares/U.Porto)

Também para o David “não há segredo” para alcançar a média perfeita. “Eu diria que o mais importante é estudar (o mais focado possível) e estar atento nas aulas, mas também encontrar o equilíbrio entre o estudo e os hobbies. Ou seja, uma boa gestão de tempo é essencial. Além disso, o apoio da família e dos amigos também tiveram um papel de relevo em todo este caminho que eu realizei”, nota.

Quanto ao futuro na U.Porto, David espera “conseguir aproveitar ao máximo o que a Universidade tem para me oferecer, a nível académico e pessoal”. E já traçou uma meta: “Como quero entrar no mestrado, tenho de continuar a esforçar-me tanto como até aqui”.

“Desde muito novo que já pensava em estudar cá”

Estudo rigoroso, aplicação máxima e um equilíbrio entre a escola e a vida pessoal. Se os fatores para o sucesso tendem a repetir-se entre os novos “Quatro Vintes” da U.Porto, no caso de Gonçalo Castro, a “tempestade” não podia ter sido mais “perfeita”.

“Acho que foi uma conjugação de bons fatores. Tenho uma família e amigos que me apoiam e apoiaram sempre, oferecendo-me a estabilidade necessária. Além disso, os meus professores também sempre me ajudaram e motivaram.. E posso dizer que o fator sorte esteve sempre presente por ter tido acesso a tudo isto”, considera o agora “caloiro” da licenciatura em Bioengenharia, partilhada entre a FEUP e o ICBAS.

Gonçalo Castro tem 18 anos e é natural de Gondomar. (Foto: João Soares/U.Porto)

Confessando-se “uma pessoa curiosa e que tende a tentar saber sempre um pouco mais”, Gonçalo não teve dúvidas na hora da grande decisão. “Em primeiro lugar, é uma das melhores universidades do país, se não a melhor. Já relativamente ao meu curso, é na U.Porto que ele é mais prestigiado. Por outro lado, toda a minha família tirou o curso na Universidade, pelo que desde novo já pensava em estudar cá”, elenca.

No futuro, Gonçalo “gostava de fazer investigação, de preferência em alguma coisa ligada à genética”. Mas antes, ainda terá muito para viver enquanto estudante da U.Porto. “Vou aprender muitas coisas novas, a nível académico e não só. Vou poder conhecer muitas pessoas novas e diferentes, o que, aliado a novas experiências e a uma mudança significativa na minha vida, me irá ajudar a crescer e evoluir enquanto pessoa. E isso é o mais importante!”.

“Estive sempre rodeado das pessoas certas”

Tiago Araújo sabe o que é ter sempre a fasquia elevada. Literalmente. “Uma vez que pratiquei voleibol federado ao longo de todo o meu percurso no 3.º ciclo e ensino secundário, tive sempre a necessidade de conciliar os estudos com o desporto”. Como? “Foi essencial dedicar-me ao máximo e rentabilizar os momentos que tinha para estudar a 100%. Dizia a mim próprio: «se reservei este tempo para estudar, tenho que o aproveitar», revela o segundo dos dois “Vintes” que entraram este ano na licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial da FEUP.

A máxima de Tiago  foi testada com sucesso entre os pavilhões e as salas de aula da Escola Secundária do Castêlo da Maia, de onde é natural “Na escola, tive professores muito bons, que me deram bases de conhecimento muito sólidas. Por outro lado, em casa, os meus pais sempre foram exemplos de trabalho e acompanharam o meu trajeto escolar, e o meu irmão, sendo um excelente aluno, inspirou-me a estabelecer metas ambiciosas e a lutar pelos meus objetivos”. O resto fez-se à base de “concentração, organização e gestão de tempo”.

Tiago Araújo tem 18 anos e é natural da Maia. (Foto: João Soares/U.Porto)

Sobre a escolha que o trouxe à U.Porto, o futuro engenheiro realça “a qualidade e o prestígio da Universidade e da FEUP” como “determinantes” para a decisão. “Sei que farei o curso numa universidade credenciada e com provas dadas, que me dará a possibilidade de participar em projetos entusiasmantes e desafiantes e, ao mesmo tempo, de conciliar os estudos com a vida pessoal”, nota.

Já quanto ao novo desafio que está agora a abraçar na U.Porto, o jovem voleibolista só tem olhos para a vitória. “Acima de tudo, espero aproveitar ao máximo esta experiência, tanto a nível pessoal como ao nível dos estudos. Conhecer novas pessoas e fazer novos amigos, aprender sobre trajetos inspiradores e de sucesso, entre outros”. E claro, “quero continuar a obter grandes resultados”, projeta Tiago, antes do remate final: “Acredito que há tempo para tudo e é possível encontrar um equilíbrio entre a vida académica e o curso. Desta forma, quero desfrutar de tudo o que a Universidade tem para me oferecer”.

(Foto: João Soares/U.Porto)