Não é preciso de sair de casa para assistir a este ciclo de conversas sobre biodiversidade e sustentabilidade ambiental, promovido pelo Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP). Emergência climática – Estamos a caminho do abismo? A pergunta será lançada na primeira sessão do ano do ciclo Diversidades , para nos fazer, a todos, refletir. Decorre online, a partir das 21h00 do próximo dia 2 de fevereiro.

Ainda esta semana fomos surpreendidos com a imagem de um iceberg, com um tamanho próximo ao da área da cidade de São Paulo (ou 15 vezes a de Lisboa), a desprender-se da plataforma de gelo, próxima a uma estação científica britânica na Antártica. O bloco de gelo, com 1.550 quilómetros quadrados, soltou-se do bloco de gelo durante uma maré que fez aumentar uma fissura existente. O comunicado foi emitido pela British Antarctic Survey (BAS), um organismo de investigação das zonas polares.

Tal como o resto do planeta, o continente tem sofrido o impacto do aquecimento global. Segundo o relatório anual do programa europeu sobre as alterações climáticas, o Copernicus, em Fevereiro de 2022 a extensão do gelo já tinha tocado o mínimo de 44 anos de registos via satélite.

Este será, com certeza, um dos tópicos que virá à discussão. A declaração do estado de emergência climática veio reconhecer a gravidade da ameaça representada pelo aquecimento global. Esta declaração implica a adoção de medidas concretas que levem à redução das emissões de carbono. Simultaneamente, pretende exercer pressão política sobre os governos para que tomem medidas concretas para combater as alterações climáticas.

António Guterres, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, afirmou, no discurso inaugural da última Cimeira do Clima (COP27), que “Estamos na autoestrada para o inferno climático com o pé ainda no acelerador”.

Também o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) foi perentório no seu último relatório – a mudança climática é real e as atividades humanas, em grande parte a liberação de gases poluentes da queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo, gás), são a principal causa – deixando claro que, se as tendências atuais se mantiverem, o aquecimento global vai continuar a aumentar e o futuro do planeta estará em perigo.

Nesta conversa, vamos debater se ainda é possível alterar o caminho que nos está a conduzir ao abismo e de que forma o ativismo climático poderá ter um papel decisivo nesta mudança.

Quem vai debater estas questões?

Nuno Forner, da ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável. Licenciado em ensino de Biologia e Geologia pela Universidade de Évora, frequentou o Mestrado em Ecologia Aplicada da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Há cerca de 20 anos que se encontra ligado ao movimento ambientalista, tendo colaborado com várias organizações não governamentais de ambiente (ONGAs) como a Liga para a Proteção da Natureza (LPN), a Quercus e o FAPAS.

Na ZERO, acompanha, entre outras, as políticas públicas nacionais e europeias na área da conservação da natureza e biodiversidade, florestas, comércio de commodities, bioenergia e mineração.

José Teixeira é doutorado em biologia e coordenador do Gabinete de Comunicação de Ciência do CIIMAR – Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da U.Porto, onde é responsável pelo desenvolvimento e implementação de projetos de literacia ambiental, como as Campanhas “Ocean Action” e “Charcos com Vida”.

É também o coordenador nacional do Projeto “Ponderful”, que se dedica à avaliação e valorização do uso de pequenas massas de água para a mitigação e combate às alterações climáticas.

Henrique Teixeira é membro da campanha “Gás é andar para Trás” e é estudante de doutoramento em Física na U.Porto.

Sobre o Diversidades

Este ciclo de conversas é um convite para que, sem sair de casa, possa participar em serões temáticos através dos quais se desmultiplica a biodiversidade e a sustentabilidade ambiental numa miríade de tópicos com grande impacto social, cultural, económico e ambiental.

Da crise climática às escolhas alimentares, do macro-cosmos espacial ao micro-cosmos no interior do nosso organismo, os limites disciplinares esbatem-se e as áreas cruzam-se. Especialistas de áreas complementares, por vezes contrastantes, alimentam conversas amenas num ambiente informal em que o contributo de todos magnifica a sua experiência.

A participação é gratuita, mas sujeita a inscrição prévia através do e-mail [email protected].