O projeto de arquitetura da Central Hidroeléctrica do Tua, da autoria do arquiteto Eduardo Souto de Moura,  professor catedrático convidado da Faculdade de Arquitetura da U.Porto (FAUP), foi distinguida com o Prémio Arquitetura do Douro 2019.

O júri, constituído por representantes da Comissão de Desenvolvimento da Região Norte (CCDRN), da Entidade Regional do Turismo Porto e Norte e pelo arquiteto Álvaro Andrade (vencedor da última edição do prémio), realçou a “decisiva e determinante intervenção da arquitetura, enquanto metodologia disciplinar, acima de tudo, por assegurar a manutenção do Douro Vinhateiro como Património da Humanidade”.

“Contente e orgulhoso”

Em reação a mais um prémio conquistado, Eduardo Souto de Moura mostrou-se “contente e orgulhoso” pelo que considerou ser “uma confirmação nacional” de outros prémios que já recebeu no estrangeiro com a mesma obra, como foi o caso do Grande Prémio Internacional da Arquitectura BigMat.

Trata-se da segunda vez que Souto de Moura é distinguido no âmbito do Prémio Arquitetura do Douro 2019. Em 2017 já havia recebido uma menção honrosa com o espaço Miguel Torga.

Para além do edifício vencedor foram ainda atribuídas menções honrosas aos projetos da Casa do Rio, projetada pelo arquiteto e também professor convidado da FAUP, Francisco Vieira de Campos, que já tinha vencido este ano o Prémio Nacional de Arquitetura em Madeira; e do Centro Interpretativo do Vale do Tua, da autoria de Susana Rosmaninho e Pedro Azevedo (estudante de doutoramento da FAUP).

O anúncio dos vencedores foi feito no passado dia 14 de dezembro, no Museu do Vinho, em São João da Pesqueira, coincidindo com as comemorações dos 18 anos da classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial pela UNESCO.

Sobre o Prémio

Criado em 2006, o Prémio Arquitetura do Douro é um concurso bienal que procura distinguir e promover boas práticas do exercício da arquitetura realizadas na região após a inscrição do Alto Douro Vinhateiro na Lista do Património Mundial da UNESCO (14 de dezembro de 2001).

O Prémio é uma iniciativa da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), através da Missão Douro, em parceria com a Direção Regional da Cultura do Norte (DRCN), a Entidade Regional de Turismo Porto e Norte e a Ordem dos Arquitectos – Secção Regional do Norte (OASRN).

Mais informações em www.ccdr-n.pt/premioarquiteturadouro

Sobre Eduardo Souto de Moura

Natural do Porto (25 de Julho de 1952), Eduardo Souto de Moura diplomou-se em Arquitetura pela ESBAP – Escola Superior de Belas Artes do Porto (antecessora das atuais faculdades de Arquitetura e de Belas Artes da U.Porto) em 1980.

Ao longo de mais de 30 anos de carreira, assinou projetos como os do mercado municipal de Braga (1980-84), a ponte Dell Accademia, em Veneza, Itália (1985), o Centro Português de Fotografia – Edifício da Cadeia da Relação do Porto (1997-2001), a Casa do Cinema Manoel de Oliveira (1998-2003), parte da rede de metro do Porto (1997) ou o Estádio Municipal de Braga (2000-2003). Paralelamente, desenvolve uma vasta atividade académica em Portugal e no estrangeiro.

Em 2011, foi distinguido com o Prémio Pritzker de Arquitetura, o mais importante galardão do mundo na área. Entre as inúmeras distinções que arrecadou ao longo da carreira, incluem-se ainda o Prémio Wolf (2012), o Prémio Carreira da Bienal Ibero-americana de Arquitectura e Urbanismo (2016), o Leão de Ouro na Bienal de Veneza (2018) e o Prémio Arnold W. Brunner, da Academia Americana de Artes e Letras (2019).