De 5 a 7 de maio, mais de 1000 estudantes de licenciatura, mestrado e mestrado participaram na maior edição de sempre do IJUP – Encontro de Investigação Jovem da Universidade Porto. Mas, deste milhar de participantes, 67 jovens investigadores destacaram-se dos restantes pela qualidade das suas apresentações.

Esta é a quarta vez que a U.Porto premeia os melhores trabalhos apresentados no evento que, desde há mais de uma década, dá “palco” aos trabalhos de investigação realizados pelos mais jovens investigadores da Universidade.

Só na edição deste ano do IJUP – a primeira realizada em formato totalmente online e onde se bateram todos os recordes de participação –  mais de 600 participantes tiveram a oportunidade de apresentar – na forma de comunicações orais e por e-poster – projetos científicos por si desenvolvidos, através de 97 sessões temáticas paralelas conduzidas por 100 moderadores científicos e divididas por áreas como a Saúde, Arquitetura, Desporto, Artes, Psicologia, Comunicação e Engenharia.

“Apesar das dificuldades e de todas as vicissitudes, tivemos uma participação maciça e um interesse renovado dos jovens pelo IJUP”, destaca Pedro Rodrigues, Vice-Reitor responsável pelos pelouros da Investigação, Inovação e Internacionalização da U.Porto.

A edição deste ano do IJUP decorreu, pela primeira vez, em formato exclusivamente online. (Foto: DR)

O IJUP “representou um lugar seguro para expor ideias”

Entre os 67 trabalhos selecionados pelo júri do IJUP 2021, encontra-se o de Andreia Silva, estudante do 4.º ano do Mestrado Integrado em Engenharia Física da Faculdade de Ciências (FCUP). A sua apresentação oral incidiu sobre a “criação e caracterização de um dispositivo eletrónico que contém propriedades sinápticas, tais como a transmissão de informação e comportamentos de aprendizagem, e que pode ser adotado em computação neuromórfica”.

Algumas das conclusões a que chegou foi que o  “dispositivo apresenta algumas particularidades, nomeadamente o facto do meio onde a sinapse artificial ocorre ser líquido, o que permite potenciar a mobilidade iónica presente nos processos acima descritos, bem como a gama de tensões de operação ser bastante baixa”, uma característica atrativa no mundo da eletrónica.

Para Andreia, a participação no IJUP  2021 foi a primeira experiência enquanto “estudante investigadora”, o que lhe permitiu “contactar com um ambiente em que é necessário fazer compreender e também defender” o seu trabalho da forma esperada no mundo profissional. “Representou ainda um lugar seguro para expor ideias e dar este primeiro passo, que parece sempre mais assustador do que o que revela ser na realidade”, afirma a estudante.

No futuro, Andreia Silva pretende continuar a sua investigação, otimizando o trabalho já desenvolvido.

Andreia Silva está a frequentar o 4.º ano do Mestrado Integrado em Engenharia Física da Faculdade de Ciências. (Foto: DR)

“Uma oportunidade única”

Igualmente positiva foi a experiencia vivida por Marta Miranda, mestre em Economia da Faculdade de Economia (FEP) e outros dos “vencedores” do IJUP 2021. O seu trabalho consistiu numa apresentação oral sobre políticas públicas culturais.

“Numa altura em que o setor da Cultura está tão fragilizado, é especialmente relevante salientar a importância das políticas públicas culturais, particularmente para setores minoritários como o setor não comercial de cinema. As entidades inseridas neste segmento de exibição desempenham um papel extremamente importante enquanto agentes culturais, ao facilitarem o acesso à cultura em zonas isoladas e pela oferta de uma programação diversificada que contribui, também, para um aumento da disseminação de filmes portugueses”, afirma a estudante. Tendo em conta a escassez de informação disponível sobre o setor, o objetivo da investigação passou por “contribuir para o conhecimento sobre o setor não comercial de cinema”.

Para Marta, a participação no IJUP 2021 foi “uma oportunidade única” para apresentar o seu trabalho e “demonstrar como a Economia e a Cultura podem ser conciliadas”. Na opinião da estudante, “o IJUP é uma iniciativa muito positiva para os alunos que estão interessados em focar-se na investigação científica”.

Com o ingresso no Programa Doutoral em Media Digitais na Faculdade de Engenharia (FEUP), Marta Miranda quer “continuar a desenvolver a investigação sobre o setor não comercial de cinema e a estudar os diferentes modelos europeus de financiamento para o Cinema e Cultura”.

Atualmente a trabalhar em diversos artigos científicos, a estudante espera “vir a trazer um importante contributo para o setor”.

Licenciada e mestre em Economia pela FEP, Marta Miranda prepara-se para ingressar no Programa Doutoral em Media Digitais  da FEUP. (Foto: DR)