A investigadora Joana Bernardino, do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto (CIBIO-InBIO/BIOPOLIS), e doutorada em Biodiversidade, Genética e Evolução pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), venceu a edição de 2022 do Prémio de Doutoramento em Ecologia – Fundação Amadeu Dias, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Ecologia (SPECO).

Desenvolvido no âmbito do doutoramento em Biodiversidade, Genética e Evolução da FCUP, o trabalho agora premiado – com 3 mil euros – focou-se nos fatores ecológicos, ambientais e relacionados com a própria infraestrutura que explicam a colisão das aves com as linhas elétricas aéreas.

Joana Bernardino realizou também uma compilação e meta-análise dos estudos, a nível mundial, que avaliaram a eficácia da sinalização dos cabos das linhas elétricas, enquanto forma de aumentar a sua visibilidade para as aves e reduzir o risco de colisão.

Além da avaliação global do desempenho dos dispositivos anticolisão, nesta meta-análise foram avaliados, pela primeira vez, os fatores que podem influenciar a sua eficácia, nomeadamente a tipologia de linha, o habitat atravessado pela mesma, e as características dos próprios dispositivos.

“Os resultados desta investigação têm aplicação imediata nas práticas das empresas de transporte e distribuição de eletricidade e na selecção das melhores soluções para mitigar e monitorizar os impactes dos projetos de rede eléctrica na avifauna”, destaca a SPECO, em comunicado.

Exemplo disso é a incorporação dos resultados obtidos no novo “Manual para a Monitorização de Impactes de Linhas de Muito Alta Tensão sobre a Avifauna e Avaliação da Eficácia das Medidas de Mitigação”.Este documento resultou de um trabalho colaborativo entre o CIBIO-InBIO/BIOPOLIS, a REN e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas

Para além de Joana Bernardino, a edição deste ano do Prémio de Doutoramento em Ecologia – Fundação Amadeu Dias distinguiu ainda os trabalhos dos investigadores Miriam Romagosa, investigadora no Okeanos (Instituto de Investigação em Ciências do Mar), da Universidade dos Açores e Gonçalo Curveira Santos, investigador no cE3c (Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, segundo e terceiros classificados, respetivamente.

Os três premiados irão receber o prémio e apresentar o seu trabalho no 21.º Encontro Nacional de Ecologia que, este ano, irá decorrer de 4 a 9 de julho, na Universidade de Aveiro, integrado no 2.º Congresso SIBECOL (Sociedade Ibérica de Ecologia).