São mais de 90 retratos de académicos, cientistas, mas também desportistas, Prémios Nobel ou personalidades da cultura e da política, e cabem todos na nova Galeria de Retratos de Doutores Honoris Causa pela Universidade do Porto, inaugurada no passado dia 22 de março, Dia da Universidade 2022, no edifício da Reitoria.

Da autoria dos artistas Nádia Borges e Evandro Renan, os 93 retratos que pintam agora uma das paredes do histórico Auditório Ruy Luís Gomes percorrem toda a história dos Honoris Causa da U.Porto. A começar por Joseph Joffre, Armando Diaz, Horace Smith-Dorrien, os três generais das tropas aliadas na Primeira Guerra Mundial que receberam o título, pela primeira vez, em 1921. E a acabar – por agora – no escritor Mário Cláudio, distinguido em 2019.

Entre os novos “ocupantes” da galeria incluem-se ainda nomes como o cineasta Manoel de Oliveira(1989), o antigo presidente da Comissão Europeia Jacques Delors (1999), os Prémios Nobel da Paz D. Ximenes Belo e José Luís Ramos-Horta (2000), o histórico presidente da FIFA João Havelange (2001), os escritores Agustina Bessa-Luís, Eugénio de Andrade (2005) e Vasco Graça Moura (2014), o cantor José Carreras (2009), o pintor Nadir Afonso (2012), ou os presidentes da República Mário Soares (1990), Marcelo Rebelo de Sousa (2005) e Jorge Sampaio (2015).

“Apercebemo-nos de que não havia, em lugar algum da Universidade, um espaço que lembrasse essas pessoas que, de algum modo, contribuíram para o desenvolvimento da nossa universidade ou para a melhoria da nossa sociedade”, destaca o Reitor da U.Porto, sobre uma iniciativa que procura fazer justiça a mais de um século de história de Honoris Causa na instituição.

“O caminho novo que queremos trilhar para a Universidade do Porto não esquece o passado”, referiu ainda António de Sousa Pereira, durante o discurso de enceramento da Sessão Solene do Dia da Universidade.

O doutoramento Honoris Causa é o mais elevado título honorífico atribuído pela Universidade do Porto e destina-se a personalidades que se distingam pelos seus feitos em prol das artes, das ciências, da filosofia, das letras ou do melhor entendimento entre os povos.

Sobre os autores

Natural de Vila Verde (Braga), Nádia Borges, 22 anos, concluiu recentemente a licenciatura em Artes Visuais na Universidade do Minho. Na sua prática artística, debruça-se maioritariamente sobre o desenho e a pintura.

Evandro Renan é natural de Belo Horizonte, Minas Gerais (Brasil), onde iniciou seus estudos em desenho e posteriormente concluiu a graduação em Artes plásticas com especialização em desenho e gravura em metal. Com interesses que vão da literatura à banda desenhada ou à ilustração, o artista desenvolve o seu trabalho utilizando a aguarela e outras técnicas como meio de expressão. Já participou em exposições no Brasil, China, Estados unidos e Portugal.