Catarina Eloy, diretora do Laboratório de Anatomia Patológica do Ipatimup Diagnósticos, docente da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e investigadora do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), foi eleita, no passado dia 9 de julho, presidente da Sociedade Europeia de Patologia Digital e Integrativa (ESDIP).

Fundada em 2016 em Berlim, a ESDIP tem como principal missão apoiar os patologistas de toda a Europa nas iniciativas de Patologia Digital e Integrativa, nomeadamente na criação de protocolos e normas, e na disseminação e educação desse conceito.

Recém-eleita para um mandato de três anos, Catarina Eloy assume como principais linhas de ação “aumentar o número de membros daquela sociedade científica e o seu envolvimento nas ações da mesma, estabelecer um programa educacional sólido e apropriadamente divulgado, e aumentar a colaboração com a indústria”.

Uma nova era na Patologia Digital

Para a patologista, presidir à ESDIP significa igualmente “poder participar ativamente num dos momentos mais emocionantes da história da Patologia, a revolução digital”.

Catarina Eloy lembra que a revolução digital na Medicina “tem tido um efeito determinante na Anatomia Patológica nos últimos anos. Na chamada Patologia Digital, as células e os tecidos deixam de ser observados ao microscópio e são observadas em écrans digitais, após digitalização completa das lâminas. A imagem digital assim obtida pode ser analisada com recurso a técnicas computacionais, integrativas, abrindo portas à utilização de inteligência artificial. O processamento da imagem digital está a começar a permitir a progressiva automatização da prática desta especialidade médica”.

Como exemplo da “revolução” em curso, a nova presidente da ESDIP destaca a eficiência crescente dos digitalizadores de lâminas,”como podemos testemunhar no Laboratório de Anatomia Patológica do IPATIMUP, onde temos um fluxo de trabalho completamente digital”.

Segundo Catarina Eloy, é, por isso , “fundamental apoiar o uso da imagem digital no trabalho diário do patologista”. E “é preciso ajudar os Laboratórios de Anatomia Patológica portugueses a iniciarem esta transição para o fluxo de trabalho digital”.