O consumo excessivo de de sal é um dos fatores que mais contribuem para as tensões altas da população portuguesa.

Apesar da evolução registada na última década ao nível do conhecimento, tratamento e controlo da hipertensão, esta doença – a que mais mata em Portugal – continua a ter uma prevalência elevada no nosso país, afetando quase metade (42.2%) da população. O alerta é lançado por um um estudo pioneiro coordenado por Jorge Polónia, professor associado do Departamento de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP),

Desenvolvido pela Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) e apresentado no 7.º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular, este trabalho resulta de um retrato inédito da doença em Portugal, baseado no estudo exaustivo de uma amostra de 3720 indivíduos, maiores de 18 anos, representativa da população do Continente.

Assim, foi avaliada não só a taxa de conhecimento, de tratamento e de controlo da hipertensão, como também a determinação do consumo de sal na população portuguesa, entre outras. Outro aspeto inovador foi a repetição da avaliação 15 dias depois e a análise da modificação da taxa de prevalência e controlo da hipertensão.

Apesar dos resultados preocupantes que fram recolhidos pelos investigadores,  esta análise da Hipertensão em Portugal permitiu concluir que, relativamente há 10 anos, regista-se uma melhoria a nível do conhecimento, tratamento e controlo do doença. Face a um estudo efetuado há nove anos, os dados revelam, por exemplo, uma melhoria da taxa de controlo da hipertensão (nos doentes em tratamento) de 28,9% para 42,6%.

Segundo os dados obtidos, contnuam a verificar-se mais casos nos homens (44,4%) do que nas mulheres (40,2%), e mais casos nos idosos (74,9%). Outro dado relevante diz respeito ao Norte do país, que tem menos doentes mas pior controlo sobre a hipertensão, por oposição à região de Lisboa e Vale do Tejo.

Debruçando-se também sobre o consumo de sal, um dos fatores que mais contribuem para as tensões altas, a investigação lança um número preocupante. Em média, os portugueses ingerem 10,7 gramas de sal por dia, quase o dobro do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).