Quando, em 2018, ingressou na licenciatura em Ciências do Desporto na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, Dinis Santos já conhecia os cantos à casa. Filho de um professor da faculdade, “cresci na FADEUP, tornei-me atleta nos campos da FADEUP, e, por isso, tudo se alinhava para vir a estudar na FADEUP”, diz.

Hoje a frequentar o 2.º ano da licenciatura, o também bailarino de 25 anos continua a deixar-se desafiar pelas “perguntas e possibilidades infindáveis” que encontrou numa universidade que aprendeu a admirar “não só pelo rigor e excelência de ensino, como de vários projetos e iniciativas desenvolvidas para e pelos estudantes”. Pelo caminho, foi encontrando algumas respostas. Como aquelas que lhe permitiram concluir o 1.º ano do curso com média de 16,5 valores, que lhe garantiu um lugar os 21 estudantes da U.Porto que vão ser distinguidos com o Prémio Incentivo 2020. Um prémio que Dinis encara “de boa cara, e bastante agradecido”.

O que te motivou a escolher a U.Porto?

Dois motivos racionais e um emocional: A Faculdade de Desporto, onde atualmente estudo, estar indicada como a mais prestigiada de todo o território nacional. Logo a seguir, deve-se a compromissos profissionais. Paralelamente ao percurso académico, atuo como bailarino na zona do Porto. Por último, a emoção (sempre). Cresci na FADEUP, tornei-me atleta nos campos da FADEUP, e, por isso, tudo se alinhava para vir a estudar na FADEUP. “Mazelas” de um tipo que o pai era professor da FADEUP.

O que gostaste mais no primeiro ano da Universidade?

 A legitimidade para vestir a camisola com nome gravado da faculdade e ir à Queima das Fitas. Agora a sério. Diria a oportunidade de fazer parte deste universo de conhecimento que é a Universidade, em constante atualização e construção, desafiando-me perguntas e possibilidades infindáveis.

O que gostavas de ver melhorado na Universidade?

Estimo com grande admiração a U.Porto, não só pelo rigor e excelência de ensino, como de vários projetos e iniciativas desenvolvidas para e pelos estudantes. Contudo, creio poder-se melhorar em alguns pontos. Acho que a Universidade do Porto deve estar consciente da realidade atual de acesso ao ensino superior, que nem sempre se pauta por valores justos e democráticos. A U.Porto deve procurar ser mais intransigente em relação a certas escolas secundárias privadas do Porto que, como não é novidade, inflacionam as notas internas dos estudantes, em que o rigor e a excelência do ensino vergam por valores menos distintos. É essencialmente esta realidade que mais me desassossega em relação à Universidade.

Qual a importância do Prémio Incentivo para ti?

Vivo a Universidade de forma séria, mas sem submissão. Pretendi e pretendo educar-me recorrendo a diferentes matérias, acredito na faculdade apenas como um veículo, entre muitos, para nos esclarecer. Mas encaro o prémio de boa cara, e bastante agradecido.

Quais são os teus planos para o futuro?

Os planos passam por continuar a minha formação académica em desporto, juntar a filosofia e, a partir daí, fazer algo acontecer.

Se tivesses de descrever a U.Porto numa palavra, qual seria?

Emancipação.