Tannin-Fer, retalhos de um processo é o título da instalação inaugurada este sábado, na Casa-Museu Abel Salazar (CMAS), como forma de assinalar os 130 anos do o histórico médico e professor da Universidade do Porto.

Desenvolvida como extensão do colóquio Modos de Olhar e Representar – anotações sobre visualizações e produção de conhecimento em ciência integrado no ciclo Retratos Tano-Férricos – cruzando arte, ciência e história da ciência nos 130 anos de Abel Salazar, organizado e coordenado por Maria Strecht Almeida, docente do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), a instalação agora patente nos espaços da CMAS apresenta-se como “um exercício de comunicação de (história da) ciência; enfatizando o processo, explora o método tano-férrico de Salazar, dissecando-o em diferentes materialidades”.

Num primeiro núcleo da instalação, nozes-de-galha, folhas secas e lascas de ferrugem representam tanino e ferro. Estes materiais são de imediato associados a um contexto de laboratório pelos recipientes em que são apresentados, facilmente reconhecíveis como tendo essa origem.

Um segundo núcleo expõe um bloco de parafina de grande dimensão, ampliando os usados na inclusão de material biológico para processamento.

Finalmente, o terceiro núcleo de Tannin-fer, surge como um mosaico de tinas de coloração, balões e outros vasos, mostrando algumas das soluções usadas, de cores diversas. Através do arranjo em mosaico, procura-se representar o esforço de composição das imagens histológicas pelo recurso a diferentes corantes em associação com o método tano-férrico. 

A instalação coexiste ainda com um trabalho da artista plástica Maria Manuela Lopes – Ensaio organizado de experiência adquirida 1. Este consistiu na apropriação das janelas da varanda da Casa-Museu Abel Salazar por imagens transformadas de um conjunto de lâminas histológicas do investigador.

As instalações ficarão patentes até 1 de fevereiro de 2020, nos espaços da CMAS.