o Círculo Meridiano de Espelho foi utilizado com regularidade para observações astronómicas até à década de 70.

Quando foi inaugurado, em 1957, constituía um dos únicos equipamentos do género a nível mundial a ser utilizados para determinar a hora por técnicas astronómicas. Agora, quatro décadas após a sua desativação, é esse legado que a Universidade do Porto pretende recuperar e potenciar junto da comunidade com a abertura do renovado Círculo Meridiano de Espelho (C.M.E.) do Observatório Astronómico Professor Manuel de Barros da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP).

Projetado por Manuel de Barros como o objetivo de apoiar as atividades do Observatório, o Círculo Meridiano de Espelho foi utilizado com regularidade para observações astronómicas (as quais possibilitavam melhor precisão na medida do tempo) até à década de 70, altura em que foi desativado. Seguiu-se um longo período de inatividade, do qual resultou a degradação da infraestrutura, até atingir um estado quase  irreversível.

Nos últimos anos, porém, desenvolveram-se várias iniciativas no sentido de recuperar o equipamento e a estrutura onde se encontra instalado. O processo envolveu a Reitoria e as faculdades de Ciências e de Engenharia (FEUP) da U.Porto e incluiu a realização de intervenções no âmbito da Engenharia Mecânica e da Engenharia Electrotécnica de que permitiram restaurar as funcionalidades fundamentais deste valioso património da Universidade do Porto.

Requalificação do equipamento implicou a realização de intervenções de engenharia que permitiram restaurar as suas funcionalidades fundamentais.

Neste regresso ao ativo, o Círculo não servirá, contudo, o propósito original de  “sincronizar relógios”. Em vez disso, projeta-se sobretudo enquanto “espaço de ações formativas e de divulgação, e dirigidas a diversos públicos”, a partir do qual será possível promover a reflexão em torno de importantes questões científicas, nomeadamente sobre a realidade, natureza e significado do Tempo.

“É um espaço que não é conhecido e que poderá ser usufruído por toda a comunidade académica, não só do ponto de vista científico, mas também para sessões de observação astronómica (…), atividades desportivas, artísticas…”, explica Maria Luísa Bastos, diretora do Observatório (ver vídeo da TVU. abaixo), abrindo a porta a outras ações que resultem da “colaboração multidisciplinar entre diferentes grupos da Universidade”.

A cerimónia de reabertura do Círculo Meridiano de Espelho do Observatório Astronómico Professor Manuel de Barros terá lugar este sábado, 9 de novembro, pelas 14h30, nas instalações do Observatório, no Monte da Virgem (Vila Nova de Gaia). Aberta a toda a comunidade, esta sessão contará com a presença da Equipa Reitoral e dos Directores das Faculdades da U.Porto, bem como de Manuel de Barros, professor jubilado do Departamento de Física da FCUP e filho do fundador do Observatório.

Sobre o Observatório Astronómico

Inaugurado em 1948, o atual Observatório Astronómico Prof. Manuel de Barros tem o nome do seu fundador (Manuel Pereira de Barros), docente de Astronomia e Geodesia na FCUP que deu corpo à necessidade de a Faculdade ter centro de investigação onde pudessem ser complementados os estudos teóricos em Astronomia. Nos seus 65 anos de história, o Observatório tem-se dedicado ao desenvolvimento de atividades de investigação e ensino nas áreas das Ciências da Terra, do Espaço e da Engenharia Geográfica. Paralelamente, protagoniza um importante papel ao nível da formação e divulgação científica junto da população, traduzido na aproximação às escolas do Ensino Básico e Secundário do Grande Porto. (Saiba mais)