Consórcio junta os maiores especialistas europeus na área das «marés vermelhas». (Foto: DR)

EMERTOXToxinas marinhas emergentes no Atlântico Norte e Mediterrâneo: Novas abordagens para avaliar a sua ocorrência e cenários futuros decorrentes das alterações globais é o novo projeto liderado pelo CIIMAR (Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto) e que conta com a participação de 14 instituições europeias, oriundas de Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Itália, Republica Checa e africanas, de Cabo Verde, Marrocos e Tunísia.

Coordenado por Vitor Vasconcelos, Professor Catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e presidente da direção do CIIMAR, o projeto “junta os maiores especialistas europeus na área das comummente conhecidas «marés vermelhas», explosões populacionais de micro-organismos marinhos (dinoflagelados, diatomáceas, bactérias) produtores de toxinas que se podem acumular em bivalves, mas também em outros invertebrados e em peixes”.

Para além das toxinas já monitorizadas em Portugal pelo Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA), este projeto visa estudar também as toxinas emergentes que têm vindo a ser detetadas e publicadas pela equipa de Vitor Vasconcelos, como a tetrodotoxina, a palitoxina e a ciguatoxina. Estas toxinas estão associadas a países tropicais, no entanto a sua ocorrência em águas mais frias do Atlântico tem sido crescente.

“Os dados recolhidos pelos membros deste projeto serão um importante instrumento de decisão para a EFSA (Agência Europeia de Segurança Alimentar) relativamente à necessidade de legislar e monitorizar algumas destas toxinas no futuro em águas europeias”, revela Vitor Vasconcelos.

O arranque deste projeto RISE (Research and Innovation Staff Exchange), financiado pelo programa H2020, decorreu esta segunda-feira, 15 de abril em Cabo Verde (São Vicente – Mindelo), com o apoio na Universidade de Cabo Verde – um dos membros do consórcio. No dia 18 de abril decorrerá uma conferência internacional sobre Toxinas Marinhas, e um workshop sobre métodos de estudos deste tipo de eventos. Seguir-se-á uma semana de trabalho de campo onde as equipas dos vários países utilizarão diversas metodologias de amostragem de dinoflagelados marinhos e toxinas com recurso a amostradores passivos e mergulho.