Quando em março de 2020 a COVID-19 foi declarada pandemia, o mundo entrou em choque. Mas nem todos ficaram surpreendidos. Na verdade, vários grupos de investigadores andavam há anos a alertar para a problemática das doenças emergentes e potenciais novas pandemias. Entre eles incluem-se Vanessa Mata e José Mesquita, dois investigadores da Universidade do Porto e protagonistas da próxima sessão do ciclo de conversas DIVERSIDADES, que vai decorrer esta quinta-feira, 1 de setembro, em formato híbrido.

Não são eles, somos nós| Morcegos e o advento de futuras pandemias será o mote para uma conversa que vai focar-se nas zoonoses, doenças infeciosas que têm origem em animais, nomeadamente aves e mamíferos. Dentro destes últimos destacam-se os morcegos, crescentemente reconhecidos como “reservatórios” de diferentes famílias de vírus com grande impacto na saúde pública, como SARS coronavírus, vírus Nipah, vírus Hendra e vírus Ebola.

Nesta sessão, Vanessa Mata e José Mesquita vão então explicar porque são especiais os morcegos, qual o seu papel no aparecimento de novas doenças e o que podemos fazer para o evitar ou, na sua iminência, para mitigar as consequências.

Organizada pela Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP), em colaboração com o Centro Ciência Viva de Vila do Conde, a sessão terá início às 21h30, no Auditório do Centro Ciência Viva de Vila do Conde, com transmissão online, via Zoom.

A participação é gratuita, mediante inscrição prévia através do e-mail [email protected]

Sobre os investigadores convidados

Vanessa Mata é Investigadora Júnior nos Grupos de Investigação Ecologia dos Morcegos e Ecologia Aplicada do BIOPOLIS/CIBIO-InBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto. Doutorada em Ecologia pela Faculdade de Ciências da U.Porto, focou a sua tese de doutoramento no desenvolvimento técnico de ferramentas de genómica (metabarcoding) para o estudo das interações tróficas, tendo demonstrado quão proveitosas são no estudo da variação da dieta de morcegos e aves, tanto dentro duma espécie como entre espécies distintas.

Atualmente, trabalha em projetos em várias localizações do mundo, usando as ferramentas desenvolvidas para estudar interações tróficas em mamíferos, aves, peixes e insetos. O seu principal foco de interesse é como se estruturam as comunidades de espécies, como são partilhados os recursos entre as espécies e como as paisagens com alterações antrópicas afetam estes equilíbrios.

João Mesquita é licenciado em Medicina Veterinária, tendo realizado mestrado e doutoramento em Virologia. Diplomado pelo European College of Veterinary Microbiology, e, desde 2006, professor do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP).

Autor e coautor de vários artigos científicos e capítulos de livros, e editor de várias revistas científicas, tem estado envolvido em vários projetos relacionados com a epidemiologia de doenças infeciosas. Os seus interesses de investigação focam-se em particular nas doenças infeciosas animais e humanas, principalmente em agentes zoonóticos, com especial enfoque em ferramentas de vigilância, epidemiologia e controlo da infeção.