Equipa é liderada por Filipe Pereira, António Amorim e Barbara van Asch , investigadores do IPATIMUP.

Uma equipa composta por cientistas de três universidades portuguesas, liderada por investigadores do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), conseguiu sequenciar o genoma mitocondrial do nemátodo da madeira do pinheiro (NMP), Bursaphelenchus xylophilus, uma espécie recentemente detetada em Portugal e que é o agente causal da doença da murchidão dos pinheiros.

O NMP  é considerado um organismo de quarentena pela União Europeia, sendo responsável por fortes limitações ao comércio internacional de madeira. Após a sua deteção na Península de Setúbal, em 1999, têm vindo a ser tomadas ações para controlar a sua dispersão. No entanto, esta espécie invasora já se encontra espalhada por todo o continente e na ilha da Madeira colocando em risco as florestas de pinheiro-bravo, Pinus pinaster, com elevadas repercussões económicas, sociais e ambientais.

Espécie invasora está a colocar em risco as florestas de pinheiro-bravo portuguesas.

A equipa, coordenada por Filipe Pereira, António Amorim e Barbara van Asch (todos eles investigadores da Universidade do Porto), e publicada em dois artigos nas revistas PLoS ONE e Mitochondrial DNA, sugere que a introdução desta espécie exótica em Portugal ocorreu a partir da Ásia, possivelmente através de madeira infetada importada da China, Japão ou Coreia. O estudo baseado na análise de amostras de várias regiões do mundo demostrou ainda que os nemátodos existentes em Portugal possuem uma reduzida diversidade genética, refletindo a sua recente introdução no sudoeste da Europa.

A investigação revelou ainda que a mesma linhagem mitocondrial do NMP introduzida em Portugal continental já se encontra na Ilha da Madeira e no Norte de Espanha. A informação genética providenciada nesta investigação facilitará o controlo da dispersão da espécie na Europa, bem como a sua identificação em amostras ambientais.

Para além dos investigadores do IPATIMUP, o trabalho contou com a participação da Universidade de Coimbra – IMAR/FCTUC (Isabel Abrantes e Luís Fonseca) e da Universidade de Évora – NemaLab/ICAAM (Manuel Mota). O trabalho foi financiado pelo Fundo Florestal Permanente e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).