Uma equipa de investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto, do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde e da Escola Superior de Saúde de Aveiro, publicou recentemente um estudo na revista Pain Medicine (Oxford University Press), no qual demonstra os benefícios, para a saúde mental, da interação com cães de companhia em doentes com fibromialgia.

Para chegarem a esta conclusão, os investigadores exploraram  o papel dos cães de companhia no ajuste psicológico à dor em 106 pacientes com fibromialgia com diferentes níveis de apoio social.

Os resultados obtidos sugerem então que o desenvolvimento de laços emocionais com cães de companhia e o uso ativo de interações com esses animais para lidar com a dor podem contribuir para um melhor ajuste psicológico em pacientes com fibromialgia, independentemente do apoio social a que têm acesso.

Festas e carinhos para combater a fibromialgia

A fibromialgia é uma doença extremamente incapacitante que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Manifesta-se através de dor e hipersensibilidade cutânea, muscular e articular generalizada, fadiga, dificuldade de concentração, insónia, depressão/ansiedade, cefaleias e sintomas típicos de disfunção do sistema nervoso autónomo (como intestino irritável, hiperatividade da bexiga e dificuldade na regulação da temperatura corporal).

O estudo agora publicado revela que a proximidade emocional com o animal diminui o risco de depressão, e que as interações com cães de companhia fazem parte das estratégias mais utilizadas pelos doentes para enfrentar a dor. Entre essas interações, dar festas e acarinhar o cão estão associadas a níveis mais baixos de ansiedade, independentemente do nível de apoio social.

Este trabalho teve também a participação de investigadores da Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP), INESC-TEC, da Escola Superior de Educação Paula Frassinetti e do Teagasc Food Research Centre.