No próximo dia 4 de março, a partir das 21h30 e até às 23h00, vamos debater as questões que sustentam o equilíbrio entre caça e natureza, tendo a conservação das espécies na mira. O pretexto será o regresso – em formato online – do Diversidades, o ciclo de conversas sobre biodiversidade e sustentabilidade ambiental promovido pelo Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP).

É uma característica que faz parte da nossa história: somos caçadores inatos. De acordo com os organizadores do evento,  características como “a capacidade de correr longas distâncias”, ou o facto de termos “o cérebro exageradamente grande”, parecem resultar, “de adaptações” a esta tendência para a caça. Não havendo, entre a comunidade científica, um consenso relativamente ao momento exato na história em que os nossos antepassados terão começado a caçar, aponta-se para um cenário que nos anteceda em 2 milhões de anos. À introdução de carne na nossa dieta terá correspondido “um aporte de calorias extra, que poderá ter permitido um crescente aumento do tamanho do cérebro” que, por sua vez, terá permitido um “desenvolvimento de tecnologias cada mais eficazes de caça e, assim, a acesso a mais carne”.

Para além da caça, o ser humano começou a exercitar outra práticas que lhe garantiam um acesso imediato aos produtos necessários à sua alimentação: a domesticação de espécies vegetais e, pouco depois, também de animais. Esta prática levou a “uma alteração radical da ocupação territorial humana, com implicações em praticamente todas as facetas do quotidiano, incluindo a caça”.

Nos nossos dias, a caça perdeu esta “vertente de subsistência”. Atualmente, à caça está associado um estatuto de lazer e desporto.  Poderá, no entanto, e quando praticada de forma sustentável, contribuir para a conservação de populações selvagens e respetivos ecossistemas? Trazendo, inclusivamente, benefícios para toda a sociedade? O que existe em Portugal pode ser considerado caça sustentável? E, afinal, o que significa o estatuto de “caça sustentável”? Se traz benefícios, por que razão se associa, nomeadamente nas populações urbanas, a uma carga tão negativa?  Que caminhos estão já trilhados, onde queremos estar e o que fazer para lá chegar?

É sobre tudo isto que se vai falar nesta sessão inaugural do Diversidades. A liderar a conversa estarão António Paula Soares, da Associação Nacional de proprietários rurais, gestão cinegética e biodiversidade ,e Paulo Célio Alves, investigador do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) da Universidade do Porto.

O acesso é totalmente gratuito, mediante inscrição prévia através do e-mail [email protected].

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