Cristina Calheiros, Ana Ferreira (ambas do CIIMAR) e Ester Almeida (FEP) receberam o prémio das mãos de Marlos Silva (SONAE). (Foto: DR)

Como reabilitar, manter ou até mesmo construir charcos, lagos e outras massas de água de forma sustentável? Ana Ferreira, Cristina Calheiros e Ester Almeida têm a resposta e ela chama-se Bioaqua solutions – um projeto que disponibiliza soluções inspiradas na natureza para esses ecossistemas aquáticos, com base na otimização dos processos naturais, tornando-os multifuncionais e autossustentáveis. O modelo de negócio, baseado em prestação de serviços a entidades públicas e privadas, mas também a pessoas individuais, agradou ao júri do Business Ignition Programme 2017 (BIP), que atribuiu o primeiro prémio às duas investigadoras do Centro Interdisciplinar de investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR) e à estudante do mestrado em Economia da Faculdade de Economia da U.Porto (FEP).

Foi uma tarde preenchida por ideias empreendedoras e projetos cheios de potencial. Além dos projetos do BIP os presentes puderam conhecer também as ideias do faststart Porto 2017, que foram companheiros de viagem dos do BIP durante as 12 semanas, numa rica partilha de experiências e aprendizagens. Da parte do BIP apresentaram-se sete projetos que, ao longo de três meses, se foram aperfeiçoando com a ajuda de mentores e atividades diversas, promovidas pela Fábrica de Startups. A sessão final da primeira edição permitiu a todos os projetos apresentar a evolução dos seus modelos de negócio quer ao público geral quer aos elementos do júri, que escolheram os vencedores depois de uma série de perguntas sobre os negócios, os potenciais clientes ou os problemas a que cada projeto pode dar solução.

À Bioaqua Solutions coube então o primeiro prémio, no valor de cerca de 4700 euros (1500 euros em dinheiro e o restante em serviços de mentoria e apoio a viagens de negócio). Além disso, a investigadora Ana Ferreira foi também premiada, pela Porto Business School, com uma bolsa integral para um MBA Magellan naquela escola.

O projeto AWASER, desenvolvido na Faculdade de Engenharia (FEUP), ficou em segundo lugar. (Foto: DR)

O segundo prémio foi atribuído ao sistema AWASER, um serviço desenvolvido na Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP) para entidades públicas e privadas que pretendam realizar amostragem de água e análise a micropoluentes orgânicos. Em terceiro lugar ficou o Cropeo, desenvolvido para proteger os alimentos secos de contaminação durante o seu período de armazenamento, com base na libertação controlada de óleos essenciais com efeito antifúgico e inseticida.

As três equipas premiadas recebem mentoria no valor de 2000 euros. A equipa AWASER irá ainda ter a oportunidade de acompanhar a equipa BIOAQUA Solutions numa viagem ao evento DLD Tel Aviv Innovation Festival 2017.

O sistema Cropeo fechou o pódio da primeira edição do ano do BIP 2017 (Foto: DR)

A primeira edição deste ano do Business Ignition Programme, que contou com o apoio da SONAE, da Fundação Amadeu Dias e do Santander Universidades, chega assim ao fim, depois de 12 semanas de trabalho árduo e intensivo das equipas. Ao longo do programa todos os participantes tiveram a oportunidade de desenvolver os vários elementos do seu modelo de negócio, através de uma abordagem de levantamento de hipóteses e sua validação. Durante os três meses as equipas puderam realizar, por exemplo, entrevistas e reuniões com potenciais clientes para aperfeiçoar a adequação das suas soluções a problemas de mercado e consumidores. Puderam também, contando com apoio especializado de mentores, desenvolver e/ou melhorar a sua imagem corporativa e construir canais de contacto tais como websites e materiais de divulgação diversos. Finalmente, através de uma aprofundada análise do mercado concorrente, os participantes puderam adquirir uma melhor noção do valor do seu trabalho científico, que se traduz num visível incentivo e motivação para a sua atividade fora do programa.

Todos estes motivos são um elemento extremamente motivador para a organização do BIP, composta pela U.Porto Inovação, CIIMAR e INESC TEC. As sessões imersivas da 1ª edição mostraram uma crescente evolução das ideias a todos os níveis, fruto do “excelente acompanhamento por parte dos promotores, a Fábrica de StartUps, e dos mentores do projeto mas também em grande medida fruto da interação entre as equipas”, conta Joana Carrilho, da U.Porto Inovação. A próxima edição do Business Ignition Programme arranca em setembro de 2017.

O principal objetivo do Business Ignition Programme é apoiar elementos do mundo académico a transformar o valor científico em valor económico, através da aceleração de uma ideia até um modelo de negócio viável e competitivo utilizando a metodologia Business Model Canvas, de Alexander Osterwalder. O modelo de negócio será posteriormente apresentado e validado junto do mercado, utilizando a metodologia Customer Development, de Steve Blank, facilitando a transferência de tecnologia e promovendo novos negócios com impacto.