Nascida na Invicta, foi sem surpresa que Beatriz Fontes encontrou o seu caminho na Universidade do Porto. Mas não sem algumas curvas pelo caminho.  Num percurso que ficou marcado pelo imprevisto de não ter conseguido entrar à primeira no seu curso de sonho, a jovem de 19 anos destaca o sentimento que sentiu nessa fase da vida. “Durante esse processo todo de mudança, e com uma semana em atraso em relação aos estudantes que entram na primeira fase , senti-me um pouco nervosa e ansiosa”, confessa a hoje estudante de licenciatura em Artes Plásticas da Faculdade de Belas Artes da U.Porto (FBAUP).

“Os sentimentos de nervosismo e ansiedade não desaparecem facilmente”, mas nem por isso Beatriz desistiu. A força que encontrou nas pessoas que a rodeavam e no “bom ambiente”  da academia, ajudaram-na a avançar e a conquistar o primeiro de muitos sucessos.

Com uma média redonda de 17 valores, Beatriz Fontes é um dos 20 estudantes da U.Porto distinguidos com o Prémio Incentivo 2023. “Deixando o dinheiro de parte, o que considero ser importante neste prémio é o reconhecimento que obtive. Sermos reconhecidos pelos nossos sucessos não é algo fácil e quando alguém o faz, seja um familiar, amigo, ou um terceiro, a sensação de satisfação é algo momentâneo, mas precioso e importante para o nosso desenvolvimento”, remata a jovem artista.

-O que te motivou a escolher a U.Porto?

A minha escolha teve em conta dois fatores. O facto de a Universidade ser perto de casa foi um fator fundamental, dado que a proximidade à minha casa é algo que tem um forte impacto no meu desempenho e resultados universitários.  Além da acessibilidade, escolhi a Universidade do Porto pelo renome que ela tem. O curso de Artes Plásticas tem um grande prestígio e, com o intuito de retirar o maior proveito e de conseguir evoluir enquanto artista, candidatei-me à Faculdade de Belas Artes.

-O que gostaste mais no teu primeiro ano na Universidade?

Quando me candidatei à universidade, não consegui entrar na primeira fase na do Porto, portanto, concorri à segunda fase. Contudo, na primeira fase fui aceite na universidade do Minho e a minha primeira experiência como universitária aconteceu, por uma semana, em Guimarães. 

Durante esse processo todo de mudança e com uma semana em atraso em relação aos estudantes que entram na primeira fase em Belas Artes, no Porto, senti-me um pouco nervosa e ansiosa. Penso que o que me ajudou nesse momento foram as pessoas com quem me cruzei nas primeiras semanas da universidade tanto do Minho como do Porto. O contacto com duas realidades diferentes permitiu-me um olhar diferente a tudo que me rodeia e permitiu com que me abrisse um pouco mais com as pessoas. 

Todavia, os sentimentos de nervosismo e ansiedade não desaparecem facilmente e julgo que foram as relações que formei que proporcionaram um bom ambiente e ajudaram-me a adaptar à mudança. Hoje, posso dizer que sem essas pessoas ao meu lado não teria uma experiência tão agradável, levando-me a acreditar que o melhor que me aconteceu no primeiro ano foram as interações e as relações que criei.

-O que gostavas de ver melhorado na Universidade?

Gostava que melhorassem as comunicações do serviço académico. Quando os estudantes se queixam de determinado problema. os serviços académicos não conseguem dar uma resposta rápida, proporcionando sentimentos de revolta e insatisfação entre os estudantes.

-Qual a importância do Prémio Incentivo para ti?

Para mim foi uma surpresa quando soube que tinha ganho o prémio, uma vez que desconhecia a sua existência. Deixando o dinheiro de parte, o que considero ser importante neste prémio é o reconhecimento que obtive. Sermos reconhecidos pelos nossos sucessos não é algo fácil e quando alguém o faz, seja um familiar, amigo, ou um terceiro a sensação de satisfação é algo momentâneo, mas precioso e importante para o nosso desenvolvimento. 

Acredito que o prémio é um bom incentivo, pois não só reconhece o nosso valor enquanto indivíduo, mas também suporta e apoia-nos financeiramente, pelo menos para mim que me encontro num curso dispendioso, o valor que irei receber, usá-lo-ei para comprar os materiais necessários ao meu curso.

-Como vês o teu futuro daqui a 10 anos?

Na verdade, esta pergunta é um pouco complicada de responder, neste momento estou no segundo ano de universidade e ainda não tenho ideia do que será o meu futuro no final da licenciatura, quanto mais daqui a 10 anos!

Idealmente gostaria de poder viver uma vida relaxada, na qual me pudesse sustentar com a minha própria arte e viajar por certos pontos do globo, para alargar os meus horizontes e enriquecer a minha experiência cultural.

Todavia, a vida não é fácil e mais vezes do que o que esperamos é bastante injusta e conturbada, portanto, se eu tivesse que lançar as minhas expectativas para o futuro, diria que daqui a 10 anos gostaria que a minha vida se mantivesse como aquela que tenho agora, continuando a descobrir coisas novas, mantendo as relações que tenho e sendo feliz cada dia. 

-Se tivesses de descrever a tua experiência na U.Porto numa palavra, qual seria?

Efémera.