Da proximidade a casa (Vizela) à localização numa cidade “que sempre me cativou”, foram vários motivos que, em 2018, levaram Bárbara Freitas a ingressar na licenciatura em Artes Plásticas da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP). Mas nenhum tão forte como a possibilidade de estudar na “faculdade a nível nacional onde o curso mais se aproxima de um ensino académico”. Hoje no 2.º ano do curso (ramo de Escultura), a estudante de 19 anos mostra-se satisfeita pela “evolução” que teve, marcada pela descoberta de “novas áreas de interesse no campo artístico”, surgidas “através do contacto com a comunidade das Belas-Artes”.

Do primeiro ano de Bárbara ficou também a média de 17,075 valores, que lhe valeu um lugar entre os 21 estudantes da U.Porto que vão ser distinguidos com o Prémio Incentivo 2020. Uma distinção que “para além de ser um reconhecimento do meu empenho, servirá no futuro para financiar a minha educação e o meu trabalho artístico”.

O que te motivou a escolher a U.Porto?
São vários os fatores que me levaram a esta escolha, desde ser das universidades mais próximas de casa, a ser situada no Porto, que sempre foi uma cidade que me cativou. Contudo, devo admitir que o que teve mais peso nesta decisão foi a visão que tinha da Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, como faculdade a nível nacional onde o curso de Artes Plásticas mais se aproxima de um ensino académico. Isto, porque, num mundo onde a arte contemporânea se liberta dos cânones outrora estabelecidos, interessa-me ter um domínio técnico que me permita reconhecer a nível pessoal os passos que a história da arte tomou até ao período contemporâneo.

O que gostaste mais no primeiro ano na Universidade? 

Penso que o que mais me entusiasmou foi assistir à evolução do meu trabalho e descobrir novas áreas de interesse no campo artístico, que penso terem surgido através do contacto com a comunidade das Belas-Artes.

O que gostavas de ver melhorado na Universidade? 

É urgente que melhorem as infraestruturas das faculdades que carecem de condições de trabalho adequadas. No caso da FBAUP, é fundamental que as obras, que vão começar já este ano, e que o resto das alterações necessárias decorram em breve e que sejam concluídas o mais rápido possível. Os entraves que se vão enfrentar ao trabalhar em módulos, tendo em conta a linguagem prática das artes plásticas, será um entrave para a aprendizagem. Mas, acima de tudo, acho que deveria haver um diálogo maior entre as instituições que formulam a Universidade do Porto e os seus estudantes, para que os problemas que estes enfrentam sejam resolvidos com a devida urgência.

Qual a importância do Prémio Incentivo para ti? 

Este prémio, para além de ser um reconhecimento do meu empenho, servirá no futuro para financiar a minha educação e o meu trabalho artístico. Seja este, num panorama nacional, que, infelizmente, não é o mais frutífero, como num horizonte mais alargado, onde outras oportunidades possam surgir.

Quais são os teus planos para o futuro? 
O meu maior desejo é, sem margem de dúvida, poder dedicar-me à arte, direta ou indiretamente, quer seja através da escultura, da pintura, do desenho, entre outras áreas, quer seja através do contacto com outras culturas e perspetivas diversas.

Se tivesses de descrever a U.Porto numa palavra, qual seria?

Infelizmente, a palavra para a qual a U.Porto me remete é “adversidade”. A massa estudantil enfrenta dificuldades em arranjar quarto nas poucas residências universitárias pertencentes à SASUP, assim como, processos burocráticos e falta de condições que muitas delas suportam. Para além disso, as outras opções de alojamento na cidade comportam preços elevadíssimos. A U.Porto não será das únicas universidades a ter este problema, pelo que é fundamental que todas estas instituições pensem em resolver as condições que possivelmente tiram a “oportunidade” – que é na verdade a palavra que teria todo gosto a atribuir a esta universidade – a tantos jovens empenhados.