A Universidade do Porto e o Governo formalizaram, esta quinta-feira, um novo contrato de financiamento ao abrigo do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES), que permitirá avançar com a construção de uma residência universitária no Polo da Asprela, com capacidade para 206 estudantes.

A instalar até meados de 2025, nos terrenos situados junto à Faculdade de Desporto (FADEUP), numa área de cerca de 5.000 metros quadrados, a futura Residência da Asprela vai duplicar a oferta de alojamento existente no maior polo da U.Porto, servido atualmente por duas residências (Paranhos e Jayme Rios de Souza) que, em conjunto, albergam 236 camas.

No total, a nova residência vai disponibilizar 206 quartos para uso individual e com acesso a casa de banho privativa, distribuídos por quatro pisos. Desses quartos, oito destinam-se a estudantes com mobilidade reduzida.

Os estudantes residentes terão ainda acesso a vários espaços comuns, como salas de estudo, cozinhas, espaços de lazer e espaços de refeição. Já a cave será destinada a espaços de apoio, como arrecadações, lavandaria coletiva e outras instalações técnicas necessárias.

Com um custo previsto de cerca de nove milhões de euros, o projeto contará com um financiamento de 6,7 milhões de euros, proveniente do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O restante valor – cerca de 2 milhões de euros – será assegurado por fundos da Universidade.

A nova Residência da Asprela – que se junta às seis candidaturas da U.Porto anteriormente aprovadas para financiamento – enquadra-se no reforço do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES), anunciado em setembro passado, pelo Governo. A assinatura dos oito novos contratos de financiamento, no valor total de de 72 milhões de euros, foi formalizada esta quinta-feira, 24 de novembro, em Lisboa, durante as comemorações do Dia Mundial da Ciência e o Dia Nacional da Cultura Científica, promovidas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES).

A futura Residência da Asprela vai situar-se a poente do complexo da FADEUP e em frente à Galeria Comercial do Campus de S. João. (Foto: DR)

O maior investimento de sempre em alojamento estudantil

Com a candidatura agora aprovada, sobe então para sete o número de projetos da Universidade do Porto aprovados pelo PRR no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES). Apresentado como “o maior investimento de sempre em alojamento estudantil”, este programa visa criar 15 mil camas em alojamentos para estudantes do Ensino Superior até 2026.

Para ajudar a concretizar este objetivo, a U.Porto conta com um financiamento superior a 20 milhões de euros, a aplicar num plano que prevê a abertura, até meados de 2025, de três novas residências – incluindo a da Asprela – e a requalificação/renovação de quatro já existentes, num esforço que permitirá disponibilizar 411 novas camas para estudantes.

Entre os projetos anteriormente aprovados destaca-se a instalação de uma nova unidade de alojamento na Rua da Boa Hora, no edifício ocupado atualmente pela sede do Centro de Desporto da U.Porto (CDUP-UP) e por algumas salas de aulas da Faculdade de Belas Artes (FBAUP).

Orçada em perto de 7 milhões de euros (dos quais 4,8 milhões serão assegurados pelo PRR), a futura Residência da Boa Hora terá 151 camas, distribuídas por 141 quartos. Um número que vai permitir quadruplicar a oferta de alojamento no Polo I (Centro) da U.Porto, atualmente limitado a 74 camas na Residência Aníbal Cunha e na Residência Bandeirinha.

A outra das novas residências da U.Porto está a ser instalada na Viela da Carvalhosa, em Cedofeita, e terá capacidade para 54 camas. Localizada num edifício que já se encontra em reabilitação junto à antiga Faculdade de Farmácia, a  Residência Estudantil da Carvalhosa deve estar concluída até maio de 2023, contando para isso com um financiamento de 1.5 milhões de euros do PRR.

Para além das novas residências, a U.Porto já tinha garantido também um financiamento de 5 milhões de euros para avançar com a renovação, até final de 2024, das residências Alberto Amaral (1.5 milhões), Campo Alegre III (400 mil euros), Jayme Rios de Sousa (972 mil euros) e Novais Barbosa (2.3 milhões).

Abrangendo um total de 700 camas, estas quatro intervenções terão um custo total de 7 milhões de euros vão permitir melhorar as condições de habitabilidade de um conjunto de infraestruturas que, entre si, garantem mais de dois terços do total de camas oferecidas (1072), atualmente, pela Universidade, para alojamento estudantil.

Dar resposta aos estudantes que mais precisam

Com os projetos já aprovados para financiamento, a Universidade dá assim mais um passo importante no combate à “falta de alojamento estudantil a preços comportáveis” na cidade, fenómeno que, nas palavras de António de Sousa Pereira, Reitor da U.Porto, constitui “um dos maiores problemas socioeconómicos dos estudantes do ensino superior”.

Atualmente, a U.Porto disponibiliza, através dos seus Serviços de Ação Social (SASUP), nove residências universitárias, dispersas pelos três polos, com capacidade para acolher 1072 estudantes.

Entre os destinatários das residências incluem-se sobretudo estudantes de licenciatura, mestrado ou mestrado integrado que, pelas suas condições socioeconómicas, distância ou dificuldade de transporte, não possam residir com o agregado familiar e necessitem de alojamento para prosseguir os seus estudos.