careers Durante dois dias o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do  (i3S) recebeu quase 200 participantes num workshop dedicado ao desenvolvimento de carreiras para jovens cientistas e estudantes de pós-graduação das áreas das ciências biomédicas e da vida. Denominado «Careers in Science & beyond», este evento pretendeu, acima de tudo, «alargar os nossos horizontes profissionais e pessoais», explica Ana Seixas, que integra a equipa de 14 pós-doutorados que organizou o evento.

Para além da oportunidade de contactar diretamente, num registo de speed dating, com representantes de 18 empresas (potenciais empregadores), principalmente farmacêuticas e de biotecnologia, os participantes do workshop tiveram a possibilidade de conversar informalmente com investigadores e ex-investigadores com os mais diversos percursos profissionais. O objetivo foi fornecer uma visão em três carreiras centrais, para ajudar a encontrar «O seu lugar na Academia», o «Seu lugar no setor privado» e o «Seu próprio lugar».

Durante os dois dias foi igualmente possível ouvir doutorados explicarem como traçaram a sua história profissional em áreas tão diferentes do habitual. «Foi um abrir de olhos. É possível acreditar noutras coisas que achávamos muito difíceis e que, se calhar, estão ao nosso alcance», sublinha Ana Costa, também membro do grupo de 14 pós-doutorados que tomaram a iniciativa de organizar este evento.

careers1Ana Costa e Ângela Magalhães estão a frequentar o mestrado em oncologia no ICBAS e são unânimes em destacar os percursos profissionais alternativos que conheceram. «Existe um grande leque de opções e conhecemos pessoas com áreas profissionais tão diferentes…», salienta Ana Costa. «Também percebemos que ir para o estrangeiro faz-nos crescer a nível profissional e também como pessoas», acrescenta Ângela Magalhães. Quanto ao futuro, estas duas estudantes de mestrado gostavam de enveredar por uma carreira no setor privado: «Na academia é muito incerto, não há estabilidade».

«Este workshop foi excelente para abrir horizontes e conhecer as várias possibilidades da Ciência», adianta Andreia Brandão. Esta investigadora fez o doutoramento no Ipatimup, está agora a fazer o pós-doutoramento no IPO-Porto, e pretende continuar na academia, mas «é preciso manter a mente aberta e perceber que há outros caminhos», afirma.

«Devia ser obrigatório integrar este tipo de iniciativas nos programas doutorais», acrescentam Mónica Marques e Ana Capitão, ambas a fazer o doutoramento no CIIMAR. «Abre horizontes, cria novas perspetivas e são temas pertinentes a que não temos acesso na academia», sustentam.

André Vieira, investigador no i3S, não poupa nos elogios ao workshop: «Todas as talks estiveram acima da média, gostei particularmente da talk motivacional, foi algo inesperado. Contactei com outras realidades, particularmente o setor privado, que não conhecia, e isso ajudou-me a decidir que não é por aí que quero ir».