De um dos mais importantes museus de arte contemporânea da Europa para os espaços da Universidade do Porto e de outras instituições da academia portuense. A partir do próximo dia 30 de outubro, é esse o caminho que será percorrido por várias obras da prestigiada Coleção de Serralves no âmbito da iniciativa STUDENTATO, promovida pela Fundação de Serralves e pela Federação Académica do Porto (FAP).

Ao todo serão quatro as instituições que, ao longo dos próximos meses, receberão obras da autoria de Alfredo Queiroz Ribeiro, Rui Chafes, Mona Hatoum e Zulmiro de Carvalho. O destaque vai para as faculdades de Economia (FEP) e de Farmácia (FFUP) da U.Porto, às quais se juntam ainda o Instituto Superior de Engenharia do Politécnico do Porto e a Universidade Católica Portuguesa.

No caso da FEP, a obra exibida será a escultura Curvatura (1970), de Zulmiro de Carvalho. E a escolha não foi feita por acaso. “A fragilidade e sinuosidade da escultura contrastam com a robustez e ortogonalidade do edifício seu contemporâneo”, refere a Fundação de Serralves, abrindo as portas ao que apresenta como “um diálogo de forma e cor entre o trabalho de dois mestres modernistas da Escola do Porto: o arquiteto Viana de Lima [autor do projeto da FEP] e o artista Zulmiro de Carvalho”.

Curvatura (1970), do escultor Zulmiro de Carvalho, vai estar em exibição na Faculdade de Economia. (Foto: Filipe Braga)

Já a FFUP vai acolher a obra Jardim Suspenso (2008), da conceituada artista de origem palestiana Mona Hatoum. Apresentada como “um organismo vivo que associa imagens antagónicas de destruição e vida”, a obra – que estará em exibição num dos pátios exteriores do complexo do ICBAS/FFUP – consiste num “muro de sacos de juta que bloqueia a passagem, evocando um cenário de guerra (…),composto por solo fértil onde germinam sementes de diferentes tipos de relva, dando lugar a um verdejante jardim suspenso”

O Jardim Suspenso (2008), de Mona Hatoum, estará exposto num dos pátios exteriores do complexo do ICBAS/FFUP. (Foto: DR)

Levar a Arte à academia

Em comunicado, Serralves explica que “num momento de regresso dos estudantes aos espaços de ensino, esta iniciativa surge com forma de celebração do studentato – termo italiano que alude à “vida de estudante” – pensando nestes espaços de aprendizagem como importantes lugares de encontro”.

“As obras apresentadas em cada instituição estabelecem pontos de contacto com diferentes áreas de saber e com a natureza dos espaços onde se inserem, procurando promover encontros com a arte contemporânea no quotidiano da comunidade académica”, acrescenta a Fundação.

As obras da coleção de Serralves ficarão expostas até 31 de janeiro de 2020.