Slow down! Ou seja, vamos lá abrandar o ritmo! O Festival arranca com o propósito de… Abrandar. É isso mesmo. Ainda que para isso seja necessário demolir, reduzir, reutilizar, ou subtrair a arquitetura. Após oito edições em Lisboa, o Arquiteturas Film Festival muda-se, em 2022, para a cidade do Porto e, entre outros locais, passa pela Fundação Marques da Silva (FIMS), pela Casa Comum (à Reitoria) e pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP). Vamos ao programa?

De 27 de setembro a 1 de outubro, durante cinco dias, vão debater-se práticas espaciais consideradas justas social e ambientalmente, mas não só.  Importa que estabeleçam uma relação recíproca entre a ação humana e a natureza. As atividades vão decorrer em diversos locais e estão agrupadas em diferentes eixos: Programa Oficial, Programa da Instituição Convidada, Programa Experimental e Programa de Competição.

A grande novidade deste ano é o facto de se eleger uma instituição convidada que, neste caso, é o Centre for Documentary Architecture, fundado pela alemã Ines Weizman, que junta arquitetos, cineastas, artistas, programadores digitais, historiadores e outros amantes da arquitetura para refletir sobre a noção de arquivo.

O convite a esta reflexão será feitona Fundação Instituto Marques da Silva (FIMS), através da apresentação de filmes, debates e uma exposição (ver programa completo).

O mobiliário dos judeus que emigraram da Alemanha no início da década de 1930 dará o mote para conversa que
Anna Luise Schubert e Amelie Wegner (CDA) levam à FIMS na noite de 30 de setembro. (Foto: DR

Cinema do mundo na Casa Comum

Da Open Call, que recebeu cerca de 200 submissões de 50 países, foram selecionados 23 filmes, de 17 nacionalidades como Portugal, Austrália, Brasil, Chile, Egipto, Estados Unidos, Sri Lanka ou Ucrânia. Os filmes vão ser exibidos em oito sessões, apresentadas na Casa Comum, no edifício da Reitoria da Universidade do Porto.

Às habituais categorias — Documentário, Ficção, Filme Experimental, Talento Emergente e Prémio do Público — junta-se uma nova, a categoria de Consciência Social. De acordo com a nota de imprensa, “este novo prémio procura destacar filmes que abordem questões de justiça social e espacial, igualdade e diversidade cultural, no sentido de promover causas relevantes que afetam as cidades, o ambiente construído e a sociedade atual”.

Entre os filmes selecionados incluem-se Remnants of Memory, de Jyll Johnstone e Michael Arlen Davis;  Memories of the Berlin Room de Jörn Staeger ou Them the Land na Us de Vitor Villaça Campanario. Portugal é o país com mais filmes na competição, dos quais se pode destacar, Waters of Pastaza de Inês T. Alves, Places of Absence de Melanie Pereira, Lethes de Eduardo Brito e Luz de Presença de Diogo Costa Amarante. O programa pode ser consultado aqui.

Bawas Garden, de Clara Kraft Isono (Reino Unido e Sri-Lanka), passa na Casa-Comum dia 28 de setembro às 16h00.

Na Faculdade de Arquitetura, o programa consiste numa sessão de filme (com direito a debate) e duas masterclasses.

O Arquiteturas Film Festival apresenta-se como uma plataforma internacional para discutir e disseminar a produção arquitetónica através de filmes, exposições e debates, lançando, assim, mão da imagem em movimento como ferramenta de divulgação e promoção da arquitetura.

Organizada pelo INSTITUTO, sob direção do arquiteto Paulo Moreira, a edição 2022 integra, assim, uma multiplicidade de áreas como o cinema, exposições e debates, vai passar por diferentes espaços da cidade, e tudo em torno do tema Slow Down! O programa completo pode ser consultado aqui.