António Sousa Pereira foi hoje reeleito para um segundo mandato como Reitor da Universidade do Porto, para o quadriénio 2022-2026.

O atual Reitor venceu as eleições à primeira volta, reunindo 13 dos 23 votos registados pelos membros do Conselho Geral da U.Porto, contra os cinco de Altamiro da Costa Pereira e os três atribuídos a João Falcão e Cunha. Houve ainda dois votos em branco.

Em comunicado, o Conselho Geral da U.Porto manifesta “a sua satisfação pela forma elevada como decorreu o processo para eleição do Reitor da Universidade do Porto”, agradecendo ainda a todos os candidatos “a disponibilidade demonstrada para o exercício do cargo”.

Nos termos dos Estatutos da Universidade do Porto, o resultado da votação terá de ser ainda homologado pelo Conselho de Curadores da U.Porto. Só após a realização deste procedimento legal será agendada a data da cerimónia de tomada de posse.

Sobre António de Sousa Pereira

António Manuel de Sousa Pereira nasceu em 17 de outubro de 1961, na freguesia de Ramalde, na cidade do Porto. Licenciado, mestre e doutor em Medicina pelo ICBAS – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, foi nesta unidade orgânica da Universidade do Porto que desenvolveu toda a sua carreira académica, tendo prestado provas de agregação na área de Anatomia no ano de 2000.

Quatro anos mais tarde, e já na qualidade de Professor Catedrático (desde 2002), viria a ser eleito pela primeira vez diretor do ICBAS, cargo que ocuparia até à sua eleição como Reitor da Universidade do Porto.

O seu reitorado iniciou-se a 27 de junho de 2018, dia em que tomou posse como 20.º Reitor da Universidade do Porto. É nessa condição que ocupa, desde outubro de 2020, o cargo de Presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), em paralelo com os de Presidente do Conselho Consultivo da Entidade Reguladora da Saúde, Vice-Presidente do Conselho Estratégico do Instituto Português de Oncologia do Porto, membro do Conselho Estratégico do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho e Embaixador da Fundação BIAL.

Entre os cargos que exerceu, dentro e fora da Academia, incluem-se os de presidente do Conselho Nacional de Ensino e Educação Médica da Ordem dos Médicos, membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, consultor do Governo da República Dominicana para a avaliação da Reforma das Escolas de Medicina (2016-2017) e membro do Conselho de Administração da ORPHEUS – Organisation of PhD Education in Biomedicine and Health Sciences in European System (2013-2016).

Enquanto investigador, colaborou, entre outros projetos, na organização e informatização do Registo Oncológico de Base Populacional, que constituiu o primeiro inquérito deste tipo feito em Portugal e é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde. Fez igualmente parte da equipa que idealizou, criou, implementou e coordenou o projeto SINAS – Sistema Nacional de Avaliação de Saúde, que visa avaliar a qualidade global dos serviços de saúde em Portugal. Nos últimos anos, desenvolveu a sua atividade de investigação na área da gestão universitária e políticas de saúde. 

Posicionar a U.Porto como uma “Universidade do Futuro”

António de Sousa Pereira apresentou-se a esta eleição com um plano de ação assente na proposta de Plano Estratégico da U.Porto 2030. Nele, assume “uma visão ambiciosa para a Universidade do Porto”, entendida como “uma Universidade de excelência internacional na educação, na formação académica e cívica, na investigação e na inovação, aspirando a ser permanentemente reconhecida como uma instituição sustentável e com impacto na ciência e cultura, na sociedade e na economia”.

“Quero fazer da U.Porto uma Universidade do Futuro, focada nas suas missões de Educação e Formação, Investigação Científica, Inovação e Abertura e Serviço à Sociedade. Isto implica promover o desenvolvimento integral dos nossos estudantes, reforçar o horizonte europeu da nossa investigação, apostar na formação e investigação interdisciplinar, valorizar a cultura, a divulgação científica e a adoção de estilos de vida saudáveis, promover o desenvolvimento económico e social e prosseguir o compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, lê-se no documento que antecipa o governo da U.Porto para os próximos quatro anos.

Posicionando-se como “um agregador de vontades e um promotor de sinergias dentro da comunidade académica”, o Reitor reeleito propõe-se a “prosseguir com a lógica de governação descentralizada, inclusiva e sinérgica que caracterizou o meu [primeiro] mandato, respeitando intransigentemente a autonomia das unidades orgânicas de ensino e investigação da Universidade, criando caminhos para a mudança”.

“Estamos perante um contexto de elevado risco, mas de grandes oportunidades”, refere ainda António de Sousa Pereira, lembrando que “a afirmação institucional da U.Porto passará sobretudo pela internacionalização, transformação digital, cultura e comunicação, e pela valorização dos nossos pilares, desde logo, das pessoas, dos serviços, das infraestruturas e do nosso compromisso social com a comunidade”.

Recorde a audição pública de António Sousa Pereira: