A investigação de Rui Costa poderá criar novas estratégias terapêutivas contra doenças como a de Parkinson, o autismo e as perturbações obsessivo-compulsivas. (Foto: DR)

Rui Costa, antigo estudante da U.Porto, acaba de receber a Medalha Ariëns Kappers, atribuída pela Academia Real de Artes e Ciência da Holanda, em Amesterdão. O trabalho do investigador-principal do Centro Champalimaud, em Lisboa, e professor de Neurociências da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, foi destacado pelo contributo que tem dado para o estudo do movimento e da aprendizagem de novas e complexas ações.

Na investigação que está a desenvolver, Rui Costa descobriu mecanismos nos gânglios da base (região do cérebro) responsáveis pelo controlo da iniciação e das sequências de movimentos voluntários. A partir daqui, será possível criar novas estratégias terapêuticas contra doenças como a de Parkinson, o autismo e as perturbações obsessivo-compulsivas.

Antigo estudante do Programa Graduado em Áreas de Biologia Básica e Aplicada da Universidade do Porto (GABBA), Rui Costa inspirou-se nos professores Maria de Sousa, Sobrinho Simões, Conceição Magalhães e António Amorim e seguiu a carreira de investigador. Depois de ter feito o doutoramento nos Estados Unidos na área da memória, começou a estudar a aprendizagem das ações onde tem feito algumas descobertas, que o levam hoje a um dos principais galardões na área das neurociências.

A Medalha Ariëns Kappers é atribuída, de dois em dois anos, desde 1987. O nome vem daquele que foi o primeiro diretor do Instituto Central para o Estudo do Cérebro da Holanda (atual Instituto de Neurociências da Holanda). Em 1999, a Medalha Ariëns Kappers foi atribuída ao também neurocientista português António Damásio.