José Fonseca é Engenheiro no CERN desde 2016 (Foto: DR)

Na hora de escolher o curso superior, José Fonseca esteve indeciso até ao último momento: Física ou Engenharia? Sempre gostou muito de Engenharia, mas a participação nas Olimpíadas Internacionais de Física tornou a escolha ainda mais difícil. Na hora de colocar a ‘cruzinha’, o seu lado ‘Engenheiro’ pesou mais e acabou por escolher Engenharia Eletrotécnica e de Computadores na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), que concluiu em 2016.

Ao longo de todo o seu percurso académico, mais do que estudar para alcançar bons resultados, o antigo estudante FEUP, talvez por ser insaciavelmente apaixonado por aprender, sempre preencheu a sua vida académica com atividades ‘extra curriculares’ – até Fado de Coimbra cantou no Grupo de Fados de Engenharia!

Aproximando-se o final do seu curso, José decidiu iniciar a sua vida profissional com uma experiência internacional – afinal, não haveria melhor altura para arriscar e não queria cair no risco de ficar acomodado em Portugal. Assim, durante as suas pausas da elaboração da tese, foi procurando oportunidades profissionais além fronteiras. E foi assim que descobriu que o Centro Europeu de Investigação Nuclear (CERN) tinha um programa destinado a contratar jovens profissionais por um período de dois a três anos ao qual se candidatou. Afinal, tinha encontrado uma forma de juntar as suas duas paixões: a Física e a Engenharia?

José Fonseca foi aceite no CERN e iniciou funções em setembro de 2016, um mês depois de concluir o curso. Atualmente integra uma equipa de desenvolvimento de um Circuito Integrado para transmissão de dados entre os detetores das experiências e as Salas de Controlo. Os principais desafios deste projeto passam pelas exigências de baixo consumo de potência, assim como pela necessidade de ser resistente ao ambiente hostil de radiação que existe em determinadas situações.

Apesar de verdadeiramente apaixonado pelo que faz no CERN e pela própria Suíça (cultura fantástica e natureza de cortar a respiração, sem esquecer a possibilidade de se esquiar todos os fins-de-semana durante o Inverno [risos]), o alumnus FEUP sabe que a sua “casa” está Portugal e que a médio/longo prazo vai acabar por voltar. No entanto, e enquanto isso não acontece, vai desfrutar de mais um ano de ligação ao Centro de Investigação Nuclear. Depois disso, o futuro o dirá!

“Ainda que seja difícil deixar para trás a família, os amigos, ou mesmo os nossos amores, vale a pena ir à aventura, desenvolver o nosso carácter e testar a nossa resiliência, e falar com gente de todos os lados da Europa e do mundo para percebermos que, apesar das suas dinâmicas particulares, não somos assim tão diferentes uns dos outros” – esta é a grande mensagem que José gostaria de passar aos seus colegas, aos quais recomenda sem sombra de dúvida uma experiência que os faça sair da zona de conforto.