Alexandre Almeida é licenciado em Bioquímica e mestre em Genética Forense pela Faculdade de Ciências da U.Porto. (Foto: DR)

Entre milhares de bactérias no nosso intestino, há quase 2000 que até agora eram desconhecidas.  A descoberta é da autoria de Alexandre Almeida, mestre em Genética Forense pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e investigador no Instituto Europeu de Bioinformática do Laboratório Europeu de Biologia Molecular (EMBL-EBI), que, juntamente com a sua equipa, identificou um total de 1952 bactérias novas para a ciência. Os resultados da investigação foram recentemente publicados na prestigiada revista Nature.

Através da análise das bactérias intestinais de indivíduos de várias partes do mundo, os investigadores do EMBL-EBI e do Instituto Wellcome Sanger criaram uma mapa de espécies bacterianas do microbioma intestinal humano (conjunto de bactérias que existem nos intestinos). Trata-se de um importante avanço para se conhecerem todas as espécies pertencentes ao microbioma intestinal. Se certas bactérias (até agora por identificar) estão associadas a determinadas doenças, com este estudo poderá ser mais fácil identificá-las.

Descoberta poderá facilitar a identificação de bactérias (até agora por identificar) associadas a determinadas doenças. (Foto: Creative Commons / Pixabay)

A equipa de Alexandre Almeida, que é também licenciado em Bioquímica pela U.Porto,  quer agora perceber quais, entre estas bactérias, são as mais importantes para a saúde humana e quais as interações entre elas no intestino, tendo em vista melhorar o tratamento de doenças como o cancro intestinal.

Depois de terminar o mestrado em Genética Forense, Alexandre Almeida concluiu os estudos em Paris, onde se doutorou em Genómica microbiana. Este estudo de que é primeiro autor insere-se na continuação do seu pós-doutoramento no Instituto Europeu de Bioinformática, que passou da análise de genes num número reduzido de amostras para uma análise da ecologia de comunidades microbianas.