O projeto do Estádio da Universidade da Maia (ISMAI), da autoria dos arquitetos José Carlos Loureiro, antigo estudante e professor da Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP) e da sucessora Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP), José Manuel Loureiro, antigo estudante da ESBAP, e Luís Pinheiro Loureiro, antigo estudante da FAUP, é o vencedor da 1.ª edição do Prémio Municipal de Arquitetura João Álvaro Rocha, promovido pela Câmara Municipal da Maia.

De acordo com o júri do galardão, o novo ISMAI – Estádio, constituído por um campo de futebol, pista de atletismo, courts de ténis e estruturas complementares, “requalificou a relação entre os edifícios do campus e a paisagem, incluindo o estádio e o horizonte marcado pela linha de metro através da sensibilidade à topografia”.

Palavras que vão de encontro à memória descritiva da obra vencedora, assinada por três gerações de arquitetos da mesma família e todos eles formados na “Escola do Porto”. Nela lê-se que “um extenso espaço vazio separava os dois extremos do campus académico, limitado a Nascente, pela linha de metro […] Agora jogam as crianças das escolas de futebol, os jovens estudantes universitários praticam e aprendem o ensino do desporto, enquanto outros podem assistir […]. O objetivo foi cumprido”.

Refira-se que esta foi uma das últimas obras assinadas por José Carlos Loureiro (1925-2022), figura central da “Escola do Porto” e da arquitetura portuguesa do século XX, antes do seu falecimento, em setembro passado, aos 96 anos de idade. Um legado cuja continuidade será agora assegurada pelo filho, José Manuel Loureiro (1951), e pelo neto, Luís Pinheiro Loureiro (1984).

O júri do Prémio Municipal de Arquitetura João Álvaro Rocha foi composto por António Silva Tiago, presidente da Câmara Municipal da Maia; pelos arquitetos José Gigante, em representação da APJAR; Teresa Fonseca, professora da FAUP, designada pela Ordem dos Arquitetos; José Miguel Rodrigues, professor da FAUP, e pelo curador José Maia, pela Câmara Municipal da Maia.

Nesta primeira edição foi, ainda, atribuída uma Menção Honrosa ao projeto da SISMA – Unidade Industrial da Maia, da autoria da arquiteta Sandra Maria Machado Ferreira Garcia.

Os projetos a concurso encontram-se em exposição até 31 de janeiro, na Galeria D. Manuel II do Fórum da Maia.

A entrega do galardão aconteceu no passado dia 10 de janeiro, no Fórum da Maia. (Foto: DR)

Sobre o prémio

Promovido pela Câmara Municipal da Maia e pela Associação PróArquitectura João Álvaro Rocha, com o apoio técnico da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos, o Prémio Municipal de Arquitetura João Álvaro Rocha visa “distinguir, pela sua qualidade arquitetónica, Edificações e Espaços Públicos, localizados no município da Maia”.

O galardão, que terá periodicidade bienal, pretende ao mesmo tempo “reconhecer o trabalho do arquiteto João Álvaro Rocha” – antigo estudante da ESBAP e docente da FAUP entre 1990 e 2001 – “em prol da qualidade da arquitetura e do urbanismo, trabalho esse indelevelmente associado ao concelho e à cidade da Maia, onde se localizam as suas maiores e mais complexas obras”.