É necessário promover o crescimento económico de forma acelerada para que se gerem os meios capazes de financiar as soluções. Esta é a urgência que ouvimos soar de todos os cantos, como forma de travar e evitar o precipício da crise constante. Haverá respostas alternativas? E se a suposta cura for, em vez disso, a doença? Como sair desta filigrana de problemas que se entrelaçam e nos asfixiam? No próximo dia 22 de novembro, a partir das 17h30, é de tudo isto que se vai falar na Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva, do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP), palco escolhido para acolher o debate “Para além do crescimento económico: que alternativas para as cidades?“.

Problemas sociais, económicos, energéticos, ambientais, de saúde pública e de segurança tanto alimentar como militar sucedem-se a um ritmo acelerado, aproximando-se e sobrepondo-se uns aos outros. Perante este emaranhado de problemas, formou-se um consenso a nível internacional: é necessário promover o crescimento económico de forma acelerada para que se gerem os meios capazes de financiar as soluções. Mas há uma possibilidade que tem vindo a ser negligenciada: e se a raiz destes problemas for, precisamente, a promoção constante do crescimento económico? E se o crescimento económico for o problema em vez da solução? Que alternativas existem?

As cidades na linha da frente desta problemática

A especulação imobiliária, a turistificação urbana, a segregação social, a aceleração dos modos de vida, a competição desenfreada, o consumismo e a criação de resíduos, o domínio do espaço público pela indústria automóvel, a proliferação de centros comerciais e das chamadas “tecnologias inteligentes” são alguns dos ingredientes da receita que tem sistematicamente convertido as cidades em máquinas indutoras de crescimento económico. Porém, as cidades que resultam da aplicação destas medidas serão exatamente aquelas em que queremos viver? Estas medidas são parte do problema ou parte da solução? Que alternativas existem a elas?

O desafio de encontrar respostas para todas estas questões ficará a cargo de António Ferreira, do Centro de Investigação do Território, Transportes e Ambiente da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (CITTA), Kim von Schönfeld, do Centro de Investigação Transdisciplinar “Cultura, Espaço e Memória”, Faculdade de Letras da Universidade do Porto (CITCEM) e Paulo Pinho, docente do CITTA. A moderação da conversa caberá a Fernando Brandão Alves, também do CITTA.

Este debate enquadra-se no lançamento em Portugal do livro Post-Growth Planning: Cities Beyond the Market Economy, que resultou de uma colaboração da Universidade do Porto com a Universidade de Amesterdão e múltiplos outros parceiros internacionais.

A entrada na sessão é livre, mas sujeita a inscrição prévia e gratuita, através do e-mail [email protected].