A disponibilização de água gratuita e o aumento da oferta de refeições saudáveis são algumas das medidas que serão implementadas, a partir de setembro, em toda a Universidade. (Foto: Egidio Santos/FEP)

Água gratuita para toda a comunidade académica, menos teor de sal na sopa e no pão, criação de lanches saudáveis e eliminação dos refrigerantes das cantinas da U.Porto são algumas das medidas que fazem parte do Plano de Ação para a Promoção da Alimentação Saudável, apresentado na passada segunda-feira, pela Universidade do Porto.

O plano apresentado pela U.Porto prevê a promoção da literacia alimentar e nutricional entre os estudantes, docentes e funcionários da U.Porto. (Foto: U.Porto)

As medidas, agora apresentadas, terão efeitos a partir do próximo ano letivo e visam melhorar os hábitos alimentares de toda a comunidade académica. A U.Porto é assim a primeira instituição de ensino superior portuguesa a implementar um plano de ação em colaboração com a Direção-Geral da Saúde.

Entre as medidas previstas inclui-se a oferta de uma garrafa de água reutilizável no ‘kit’ de boas-vindas aos novos estudantes que chegam em setemboro à U.Porto, no sentido de promover a adoção de hábitos mais saudáveis desde o início do percurso académico.

A partir do próximo ano letivo, prevê-se ainda que as cantinas da U.Porto implementem medidas como: disponibilizar pão de mistura ou de farinha integral, aumentar a oferta e diversidade de produtos hortícolas como acompanhamento das refeições, garantir que os bares apresentam opções alimentares mais saudáveis, reduzir o consumo de açúcar proveniente do consumo de bebida quentes das máquinas automáticas, nomeadamente através da seleção, por defeito, “sem açúcar”. O plano prevê também a melhoria da oferta alimentar nas máquinas de venda automática, a contratação de serviços na área da alimentação.

O Plano de Ação para a Promoção da Alimentação Saudável surge numa altura em que foi apresentado um estudo pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da U.Porto (FCNAUP) para a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO), que revela que a oferta nas máquinas de venda automática das instituições de Ensino Superior de todo o país peca na disponibilização de alimentos saudáveis, estando quase exclusivamente preenchidas por alimentos e bebidas com altos teores de açúcar e sal.

O estudo servirá de base para a discussão sobre a promoção da alimentação saudável entre a população universitária, considerada como um grupo de intervenção prioritária pela Direção-Geral da Saúde, uma vez que estes jovens adultos, muitas vezes afastados de casa pela primeira vez, têm uma alta probabilidade de iniciarem hábitos alimentares menos saudáveis, que poderão vir a sustentar durante toda a sua vida adulta.

“O Plano de Ação agora apresentado envolve dois objetivos: alimentar, através do aumento do consumo de água e dos hortofrutícolas e da redução do consumo de açúcar e do sal, e de literacia alimentar e nutricional, através da promoção de workshops de culinária, formações e campanhas para a adoção de hábitos alimentares mais saudáveis”, destaca José Castro Lopes, Pró-Reitor da Universidade do Porto.

António de Sousa Pereira, Reitor da U.Porto e Graça Freitas, da Direção-Geral da Saúde firmaram o acordo de cooperação na Reitoria da U.Porto (Foto: Egidio Santos/U.Porto)

O projeto conta com a colaboração da Direção-Geral da Saúde, formalizada com a assinatura de um acordo de cooperação institucional firmado pela Diretora-Geral da Saúde e pelo Reitor da Universidade do Porto. A sessão de apresentação realizou-se no dia 15 de julho, na Reitoria da U.Porto e contou com a presença de Maria João Gregório, Diretora do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS, João Sobrinho Teixeira, Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, e Raquel Duarte, Secretária de Estado da Saúde.

Note-se que a Universidade do Porto afirmou a saúde e o bem-estar da comunidade académica como uma das suas prioridades estratégicas, tendo iniciado o desenvolvimento de um programa para afirmar a instituição como uma “Universidade Promotora de Saúde”. O conceito introduzido pela Organização Mundial da Saúde no âmbito das políticas de Saúde Pública tem sido assumido por várias instituições de ensino superior de todo o mundo como um dos pilares centrais da sua responsabilidade social.

No âmbito deste programa, a Universidade do Porto está, desde o primeiro trimestre deste ano, a elaborar os seus próprios planos de ação em áreas de intervenção previamente identificadas como principais causas de problemas de saúde. Para além da alimentação saudável, as intervenções irão incidir sobre a promoção da atividade física, da saúde mental, da saúde sexual ou da saúde oral, mas também em ações de prevenção do tabagismo, do consumo de álcool e de outras substâncias psicotrópicas.