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O Instituto Geofísico da U.Porto foi responsável por recolher dados sísmicos sobre ensaios nucleares subterrâneos durante perto de 40 anos.

No dia 12 de setembro, às 10 horas, o reputado sismólogo inglês Paul Richards (Columbia University) vai estar presente na Faculdade de Ciências para explicar o papel que a Universidade do Porto desempenhou para o controlo da proliferação nuclear durante a Guerra Fria.

Entre 1963 e 2000, funcionou no Instituto Geofísico da Universidade do Porto uma estação sísmica integrada numa rede mundial, a World Wide Standard Seismograph Network (WWSSN), apoiada financeiramente pelos Estados Unidos da América, responsável pelo registo dos movimentos sísmicos da região.

Em 1963, no auge da tensão da Guerra Fria, as duas superpotências mundiais acordaram banir os testes de armas nucleares na atmosfera, no mar e no espaço. Como resultado, até 1996, data da assinatura do tratado que proibiu por completo os testes nucleares, realizaram-se mais de 1500 explosões subterrâneos em todo o mundo.

Durante toda a década de 60, os Estados Unidos da América apoiaram financeiramente a criação de uma rede global de vigilância de movimentos sísmicos –  causados por terramotos ou por explosões nucleares – constituída por 120 estações sísmicas, entre as quais se encontrava a estação do Instituto Geofísico da Universidade do Porto.

E foi assim que, ao longo de quase 40 anos, em plena Guerra Fria, o Instituto Geofísico da  Universidade do Porto ficou incumbido de comunicar diariamente para a United States Coast and Geodetic Survey os dados da atividade sísmica por si registados.

Para dar a conhecer este episódio e a importância que a rede global de estações sísmicas de que o Instituto Geofísico fez parte teve para o desenvolvimento da Teoria da Tectónica de Placas, o Auditório Ferreira da Silva da FCUP vai ser palco do encontro “Sismologia Nuclear: o Papel da UP na Guerra Fria”.

Paul Richards será o orador principal, com uma palestra intitulada “Nuclear Explosion Seismology, and Its Influence on Geophysics”. Nascido em Gloucestershire, Inglaterra, em 1943, trabalha desde 1971 na Universidade de Columbia, onde se dedica a estudos de propagação de ondas sísmicas, monitorização de sismos, localização de epicentros e controlo de armas nucleares.

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