Nem precisamos de ver nenhum, especificamente, à nossa frente. A palavra é uma espécie de mola que faz soltar a imaginação. O brilho resplandecente das penas, a leveza e harmonia do vôo, a elegância e precisão com que se nutrem das flores. Falamos, claro está, dos colibris. São alguns destes exemplares que vão poder ser vistos no átrio do Edifício Histórico da Reitoria da Universidade do Porto, durante o mês de junho, em mais um “capítulo” – o terceiro – do “Breviário” promovido pelo Museu de História Natural e da Ciências da U.Porto (MHNC-UP).

Ricardo Jorge Lopes é o curador da coleção de ornitologia (aves) do MHNC-UP e apresenta-nos alguns espécimes de colibris. Sendo a “beleza” o tema do mês, a escolha recaiu sobre esta espécie por diferentes motivos.

“É uma família muito interessante”, começa por explicar o curador. “Não só porque tem todas estas cores que, mediante a luz e o ângulo, nos oferecem diferentes nuances e promovem o fenómeno da iridescência”, mas também por haver uma “variedade grande de tamanhos”, não só do corpo como do próprio bico que pode ser grande ou pequeno, reto ou curvo.  O tamanho e a forma são determinados pelas características das flores de onde obtêm o néctar, principal fonte de alimentação.

Um dos exemplares da coleção de colibris que vai estar em exposição. (Foto: MHNC-UP)

 

A coleção de colibris do MHNC-UP, a mais simbólica das coleções de aves do museu, integra mais de um milhar e meio de exemplares, sendo grande parte proveniente da América Central, América do Sul, embora alguns possam ainda viver na América do Norte.

A opção pelos colibris tem também um interesse histórico. Prende-se com o percurso de uma família de Fafe que emigrou para o Brasil e, no regresso, ocupou o Palacete Braguinha, edifício que é hoje a Faculdade de Belas Artes da U.Porto. José Braga Júnior “sempre teve a intenção de fazer uma coleção de museu que o recordasse do seu tempo no Brasil”, sublinha Ricardo Jorge Lopes.

A coleção foi doada pela família em 1928 e integra desde então o espólio museológico da Universidade do Porto.

Todo o esplendor e beleza destes espécimes podem então ser apreciados, durante o mês de junho, no átrio de entrada da Reitoria da U.Porto.

Para conhecer outros “tesouros” do MHNC-UP, basta aventurar-se Nos Bastidores do Museu , agendando uma visita às Reservas de Zoologia, Arqueologia e Etnografia, e Herbário.