No próximo dia 12 de maio, pelas 18h00, a Casa Comum – à Reitoria – da Universidade do Porto acolhe a conferência Representações do Quotidiano Chinês de Macau na Cultura Visual Vitoriana: a China Trade Art, integrada no ciclo «Ásia e Europa – um futuro partilhado».

Entre os séculos XVIII e XIX, Macau ocupava um lugar singular como espaço de intersecção entre culturas, comércio e imaginários. No quadro das trocas entre a China e o Reino Unido — que incluiu não apenas mercadorias, mas também ideias, imagens e representações visuais — o China Trade Art.

Este tipo de produção artística, orientada para um público europeu, procurava fixar cenas do quotidiano chinês com uma estética acessível e exótica aos olhos ocidentais. São imagens que retratam o dia-a-dia das cidades chinesas portuárias, com destaque para figuras locais, embarcações, mercados, trajes tradicionais e cerimónias sociais e religiosas. São imagens que constituem hoje fontes relevantes para a compreensão dos modos de perceção (e apropriação) do Oriente pela cultura vitoriana.

Na conferência Representações do Quotidiano Chinês de Macau na Cultura Visual Vitoriana: a China Trade Art, será feita uma “anatomia” da visão europeia — muitas vezes idealizada e ajustada a conveniências políticas e económicas — e como essa herança visual continua a influenciar o imaginário contemporâneo sobre a Ásia.

A comunicação estará a cargo de Rogério Miguel Puga, professor associado com agregação na Universidade Nova de Lisboa e investigador do Centro de Estudos Ingleses, de Tradução e Anglo-Portugueses (CETAPS).

Com uma vasta produção académica nas áreas da história cultural do império britânico, relações anglo-portuguesas, literatura vitoriana e história de Macau, Rogério Miguel Puga tem publicado obras de referência como The British Presence in Macau, 1635–1793 e Imagologia e Mito Nacional. O seu percurso académico é marcado por uma abordagem interdisciplinar, cruzando literatura, história, estudos pós-coloniais e cultura visual.

Esta sessão insere-se no ciclo Ásia e Europa – um futuro partilhado, promovido pela Casa Comum da U.Porto, e convida o público a pensar criticamente os legados históricos (nem sempre visíveis, mas presentes) que ligam os dois continentes.

A entrada é livre, ainda que sujeita à lotação da sala.