Diz que foi a paixão pela natureza que o levou a optar pelo curso de Biologia, mas poderia ter sido qualquer uma a escolha de Miguel Cruz quando, em 2023, ingressou no Ensino Superior com a média redonda de 20 valores. O destino, esse, estava há muito definido: “Sendo a melhor Universidade do país e umas das melhores a nível europeu, não podia perder a oportunidade de juntar o útil ao agradável”, revela o jovem natural da Maia e atual estudante do 2.º ano da Licenciatura em Biologia da Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP).

E se Miguel partiu para a “aventura” na U.Porto “com a expectativa de crescer, tanto em termos académicos como em termos pessoais”, o ano de estreia do curso não defraudou as expectativas. O ambiente académico, o interesse pelas matérias do curso e, sobretudo, a companhia dos amigos foram fatores determinantes para uma evolução” que se refletiu no desempenho académico.

Com uma média de 19,2 valores, o futuro investigador foi um dos 22 alunos distinguidos com o Prémio Incentivo 2025. Uma honra” que lhe dá ainda mais “vontade de continuar” um percurso que encara com uma certeza: “estarei a fazer algo que me põe um sorriso na cara, e que me dá vontade de contar, de coração cheio, aos outros”.

Miguel Cruz recebeu o Prémio Incentivo 2025 das mãos do Reitor da U.Porto. (Foto: Egidio Santos/U.Porto)

O que te motivou a escolher a U.Porto?

O meu objetivo sempre foi ingressar na U.Porto, não só pela proximidade a onde vivo, mas também pelo seu prestígio. Sendo a melhor Universidade do país e umas das melhores a nível europeu, não podia perder a oportunidade de juntar o útil ao agradável.

– De que gostaste mais no primeiro ano na Universidade?

Penso que uma das coisas de que mais gostei foi mesmo os amigos e, por extensão, o ambiente em que me vi envolto desde o início do ano. Claro, gostei muito de algumas cadeiras, mas o ano foi muito mais aprazível graças à companhia.

– O que gostavas de ver melhorado na Universidade?
 Penso que, em primeiro lugar, os estudantes beneficiariam muito mais se as faculdades estivessem todas em um só polo; claro, algo difícil de executar, mas promoveria muito mais a interdisciplinaridade e a troca de ideias entre cursos e áreas do conhecimento. Depois, já sobre o curso de Biologia, penso que peca muito pela parte prática. Formar-se-iam muito melhores profissionais se se investisse mais no hands-on, levar-nos ao campo, aos laboratórios, fábricas, empresas, etc. Por último, tentar estreitar a relação professor-aluno, que tantas vezes é quase uma de “deus-mero mortal”, fazendo os estudantes aprender não só matéria, mas também percursos de vida, o que ser profissional na área significa, entre muitas outras aprendizagens valiosas que acredito se perderem por não haver esta troca de ideias.

– Qual a importância do Prémio Incentivo para ti?
  É uma honra receber esta distinção. Mas, muito mais que isso, dá-me a vontade de continuar a manter os resultados que tenho tido.

– Como vês o teu futuro daqui a 10 anos?
 Vejo-me acima de tudo apaixonado pelo que estarei a fazer, talvez noutro país, talvez em investigação na área da ecologia/evolução, talvez noutra área, caso os meus gostos mudem entretanto, mas o que estou certo, é que estarei a fazer algo que me põe um sorriso na cara, e que me dá vontade de contar, de coração cheio, aos outros. 

– Se tivesses de descrever a tua experiência na U.Porto numa palavra, qual seria?

Evolução.