Mais do que a inauguração de uma exposição, foi um encontro de velhos amigos aquele a que se assistiu, no passado dia 8 de abril, no arranque de Uma viagem pelo asfalto. O rock no Porto nos anos oitenta, título da exposição que pinta, por estes dias, as paredes da Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto.

Membros de bandas como os Jafumega, Trabalhadores do Comércio, BAN, Tel Aviv, Culto da Ira, King Fisher’s Band e muitas outras, assim como frequentadores de salas de concertos e bares da época, marcaram presença na inauguração desta exposição que resulta de cerca de três anos de investigação da U.Porto.

E se o olhar rapidamente se fixa no extenso mural repleto de fotografias, testemunhos, fanzines, recortes de jornais, cartazes e circuitos por locais emblemáticos do rock na cidade do Porto durante os anos 80, há muito mais para (re)viver nesta viagem no tempo.

A começar pela guitarra elétrica de Sérgio Castro (dos Trabalhadores do Comércio) e os óculos com os quais o compositor e músico aparece na capa do disco Tripas à Moda Do Porto, lançado em 1981. Mesmo ao lado, e desse mesmo ano, está o primeiro disco de ouro do rock português. Foi das mãos de Júlio Isidro que os Taxi receberam esta distinção pelo álbum homónimo que vendeu mais de 35.000 discos.

Taquetinho ou lebas no fucinho (de 1982), dos Trabalhadores do Comércio é apenas um refrão (e título) dos muitos que se foram perpetuando na memória, mas como era o teledisco?  Nestas décadas, fomos cantarolando (Dá-me um) Irreal Social (dos BAN), mas como era a estética da banda? E dos Repórter Estrábico? Recordam-se?

Explorar o “espírito da época” é, também, recordar concertos ao vivo de bandas como Hospital Psiquiátrico, Teléctu, Falecido Alves dos Reis, Cães Vadios ou Bramassaji. Ou então, revisitar os telediscos que eram produzidos na época e as capas dos álbuns de bandas como Entes Queridos, Café Lusitano e Guru Paraplégico e os Iconoclastas.

Com entrada gratuita, Uma viagem pelo asfalto. O rock no Porto nos anos oitenta pode ser visitada de segunda a sexta-feira, entre as 10h00 e as 13h00, e das 14h00 às 17h30. Aos sábados, as portas da Casa Comum abrem das 15h00 às 18h00.

Ainda no âmbito da exposição, foi lançado um website: O Rock no Porto nos Anos 80 a partir do qual é possível reviver (ou conhecer um pouco melhor) esta “revolução do rock”.