Três anos após a sua publicação original, o livro Exploring information behaviour an introduction, de Thomas Daniel Wilson, está finalmente traduzido para português. A nova obra – com o título Explorar o comportamento informacional: uma introdução – resulta de uma iniciativa conjunta da U.Porto Press e do INESC TEC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, oferece dados sobre o comportamento informacional e conta como tem variado ao longo dos tempos.
A tradução é assinada por Maria Joaquina Barrulas e Zita Pereira Correia, antigas docentes convidadas do mestrado em Gestão de Informação/Ciência da Informação da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP).
Este livro é o resultado de uma vida dedicada à investigação. Como afirma o próprio Thomas D. Wilson, nele oferece “um relato muito pessoal, baseado em larga medida na minha própria investigação e nos meus próprios quadros teóricos”.
É, também, uma introdução a não perder para quem inicia investigação na área e para gestores de informação. Ou, nas palavras do autor, será útil para os ajudar “a compreenderem as circunstâncias complexas subjacentes às necessidades de informação e ao comportamento informacional dos seus clientes”.
O ser humano como animal informacional
Mas o que esperar da leitura desta obra? Segundo Thomas D. Wilson, pelo menos três coisas: “em primeiro lugar, [perceber] o que se entende por comportamento informacional; em segundo lugar, quais as teorias e modelos que orientam a nossa abordagem à investigação; e, finalmente, uma sólida compreensão dos vários métodos de investigação empregues na investigação em comportamento informacional, e como os utilizar”.
O “comportamento informacional”, continua o autor, remete para as ações do ser humano perante a informação: “(…) como a procuramos ou a descobrimos, como a usamos, como a trocamos com outros, como podemos escolher ignorá-la e, por extensão, como aprendemos com ela e agimos sobre ela”.

A tradução para português é de Maria Joaquina Barrulas e Zita Pereira Correia, antigas docentes do mestrado em Gestão de Informação/Ciência da Informação da FEUP. (Foto: U.Porto Press)
Já no ano 2000 Wilson definia o comportamento informacional como a interação humana com todas as fontes e canais de informação – ativa e passiva –, incluindo “comunicação com outros (oralmente ou por escrito), uso de qualquer tipo de recurso de informação e a receção passiva de informação, tal como ver anúncios de TV ou ler mensagens de e-mail não solicitadas”.
As sociedades da informação também são alvo da atenção do autor, que defende a sua existência desde o aparecimento do homo sapiens, salientando que “em nenhum momento da nossa evolução estivemos sem informação”.
Para Wilson, “organizar, planear a ação e contar histórias, tudo está dependente da habilidade de comunicar e, ao comunicar, transferimos informação. Logicamente, portanto, todas as sociedades são sociedades de informação e toda a organização é baseada em informação”.
A forma como nos relacionamos com a informação, essa sim, “mudou significativamente ao longo do tempo”, em resultado de fatores diversos, desde a invenção da escrita ou da imprensa mecânica, passando pela chegada do sistema postal, até ao surgimento do computador e da World Wide Web.
Do ponto de vista das tradutoras, o livro tem “um valor inestimável”, já que condensa “a vasta experiência de um investigador pioneiro no estudo do comportamento informacional e de um professor empenhado em transmitir aos investigadores principiantes noções sobre a natureza da informação, sobre a complexidade das questões relativas ao comportamento das pessoas em interação com a informação e com as fontes de informação e, ainda, sobre a relação entre modelos e teoria”.
Explorar o comportamento informacional: uma introdução está disponível na loja online da U.Porto Press, com um desconto de 10%.
Sobre Thomas D. Wilson
Thomas Daniel Wilson, Doutor Honoris Causa pelas Universidades de Gotemburgo (Suécia), e Múrcia (Espanha), iniciou a sua atividade na Universidade de Sheffield em 1972, como investigador principal. A partir de 1973, lecionou no Mestrado em Estudos de Informação, então recém-criado, tendo assumido a direção do Departamento de Estudos de Informação (DEI) entre 1982 e 1997.
Conhecido pela sua investigação em Ciência da Informação, em particular sobre o comportamento informacional, lecionou em diversas universidades da Europa, EUA, Canadá, Austrália, Brasil e Japão.
Em Portugal, desenvolveu uma colaboração regular com universidades e outros organismos de I&D a partir dos anos oitenta. O importante contributo para o desenvolvimento do ensino e investigação na área da Ciência da Informação materializou-se ainda pelo seu apoio, no âmbito do protocolo estabelecido entre as universidades do Porto e de Sheffield (Reino Unido), à criação do Mestrado em Gestão de Informação/Ciência da Informação na FEUP, no qual lecionou durante 12 anos.