50 anos de um legado de irreverência’ é o mote para o cinquentenário do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto, que conjuga uma programação variada que contempla várias expressões artísticas e as diversas vertentes das ciências da vida e da saúde que se desenvolvem na instituição (medicina, medicina veterinária, ciências do meio aquático, bioquímica, bioengenharia).
A programação, que procura estabelecer pontes entre a ciência e as artes, inclui conversas, exposições, lançamento de livros e concertos, decorrerá ao longo de todo o ano, em vários locais da cidade.
“Queremos abrir o ICBAS à sociedade, mostrar que o trabalho que desenvolvemos, seja a formar estudantes, seja a investigação que fazemos, tem impacto na vida das pessoas e das comunidades. Queremos chamar todos a participar e a refletir sobre o futuro, o papel da academia na sociedade e na resolução de problemas reais. Também pretendemos com esta programação debater o modelo de Escola que temos vindo a construir – transdisciplinar – ao mesmo tempo que contamos a nossa história e promovemos o diálogo ciência-sociedade”, conta o diretor da instituição, Henrique Cyrne Carvalho.
Os eventos de ‘50 anos de um legado de irreverência’ arrancam já em março, com o ciclo de ‘Tertúlias Piolho’, onde, em três conversas informais agendadas para 11, 18 e 25 de março, às 21h00, no café Piolho, se procurará colocar em perspetiva as vivências dos tempos da criação do ICBAS (em 1975) e a atualidade, valorizando o papel dos cafés na mobilização e organização social.
“Estas tertúlias revisitam a história e as primeiras décadas do ICBAS, passando pelo associativismo, até ao papel das mulheres na academia e contam com um painel diversificado de antigos e atuais estudantes do ICBAS, sociólogos e pensadores contemporâneos, com o objetivo de debater a academia e o seu papel nas dinâmicas sociais”, conta a organização.
A arrancar ainda no mês de março (26 de março) e a estender-se até maio, o programa “Olhares em Diálogo no Museu Nacional Soares dos Reis. Ciclo de Visitas Orientadas a Duas Vozes, MNSR-ICBAS”, organizado em parceria com o Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR), propõe visitas temáticas ao Museu que juntam cientistas e curadores de arte, para explorar as ligações entre a medicina, as ciências da vida e da saúde e a arte.
Para abril está previsto o lançamento de um livro de fotografia ‘As memórias que guardam as biomédicas’, centrado em trabalho do fotógrafo Luís Barbosa, que será uma narrativa destes 50 anos com base na evolução do histórico edifício Abel Salazar. O mesmo edifício vai acolher uma exposição itinerante que levará esta história em imagens a vários pontos da cidade.

O antigo edifício do ICBAS será um dos palcos principais das comemorações. (Foto: ICBAS)
Já para maio, mês em que se assinala simbolicamente o aniversário do ICBAS, está agendado um concerto do Coral Alumni do ICBAS. O espetáculo terá lugar a 17 de maio e incluirá a interpretação de Misa Criolla, uma obra musical para solistas, coro e orquestra, de natureza religiosa e folclórica, criada pelo compositor argentino Ariel Ramírez.
Uma exposição arte-ciência, o lançamento de um podcast, e ainda conversas sobre problemas contemporâneos, como o envelhecimento, sustentabilidade ou a bioengenharia são outras das atividades que prometem marcar a agenda das comemorações destes 50 anos do ICBAS.
Todas as atividades programadas no âmbito do cinquentenário do ICBAS são abertas ao público em geral.