E se a história da arte portuguesa dos últimos 100 anos pudesse ser contada em pouco mais de uma centena de obras? O resultado desse exercício não estaria longe do que é apresentado na Aula do Visível – Obras da Coleção da Fundação Ilídio Pinho, título da exposição de arte moderna e contemporânea portuguesa que está patente, desde o passado dia 11 de fevereiro, no renovado Edifício Abel Salazar da Universidade do Porto (Largo do Prof. Abel Salazar).
Entre pintura, desenho, escultura e fotografia, a Aula do Visível expõe um importante núcleo da Coleção de Arte Moderna e Contemporânea da Fundação Ilídio Pinho, uma das mais revelantes do país. Recorrendo a propostas que tanto abarcam as maiores figuras da nossa cultura visual, como nomes menos reconhecidos publicamente, mas que determinaram o contexto nacional, a exposição apresenta mais de 120 trabalhos, incluindo dez de Vieira da Silva e cinco de Amadeo de Souza-Cardoso.
“É uma exposição que tem uma função de dizer que a arte portuguesa merece ser vista em permanência. Há poucos museus que mostram a arte portuguesa na sua amplitude, quer na modernidade, quer na contemporaneidade, portanto é uma oportunidade única para perceber aquilo que é a arte portuguesa durante aquilo que foi o século XX e o século XX”, apresenta Miguel von Hafe Pérez, curador da exposição.
Esta é a terceira vez (depois da exposição Discentes e por ocasião da homenagem a Ilídio Pinho), desde 2023, que a U.Porto acolhe e mostra ao público as obras da Coleção da Fundação Ilídio Pinho. “Para nós, é importante este acesso democrático à cultura que estamos a promover. É um trabalho que temos vindo a fazer ao longo dos últimos anos e este é um marco”, refere Fátima Vieira, Vice-Reitora para a Cultura e Museus da U.Porto, sobre o que classifica como “uma exposição única e irrepetível”.
Com entrada livre, A Aula do Visível – Obras da Coleção da Fundação Ilídio Pinho vai ficar patente ao público até ao próximo dia 31 de maio e pode ser visitada de segunda-feira a sábado, das 10h00 às 17h30.
À margem da exposição, será dinamizado um programa alargado de visitas guiadas, laboratórios de escrita, de artes plásticas, de performance, entre outras iniciativas. “Tudo a partir dos objetos expostos e tentando tirar deles uma ligação”, convida Fátima Vieira.