Investigar os mistérios da ciência através da prática, foi o que motivou um grupo de alunos da Escola Básica e Secundária Filipa de Vilhena a visitar o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto, no passado dia 27 de janeiro. Esta visita (o primeiro momento de uma ação que se estende ao longo de vários meses) integra a 10.ª edição do Projeto SEI – Sociedade, Escola e Investigação, desenvolvido no âmbito do programa educativo da Câmara Municipal do Porto (CMP) – Porto de Conhecimento –, cujo objetivo passa por aproximar a ciência da comunidade escolar, incentivando o interesse pela investigação científica.
Desde 2015, quando o Projeto SEI foi lançado e o ICBAS se associou a ele, que a instituição proporciona aos alunos do ensino secundário uma imersão em atividades científicas na área das ciências biomédicas. Este ano não foi exceção, tendo a iniciativa reforçado a sua missão de aproximar a ciência da sociedade, numa perspetiva otimista perante os desafios globais.
Após uma visita às instalações do ICBAS, nomeadamente ao Hospital Veterinário da Universidade do Porto e ao Museu Anatómico, os alunos iniciaram as atividades práticas sob a orientação de João Mesquita, docente do departamento de Clínicas Veterinárias do ICBAS.
Para o docente, esta é a primeira experiência no projeto SEI, um desafio que aceitou com entusiasmo: “Já tinha a vontade de interagir com alunos do secundário há bastante tempo. Estes projetos são fundamentais porque a atividade científica e pedagógica não deve estar compartimentalizada a partir dos 18 anos, quando os alunos ingressam na universidade. É essencial promover uma aproximação da ciência e da investigação a estes estudantes mais novos”.
Lurdes Ruivo, professora de Biologia e Geologia que já orientou diversas turmas em várias edições do Projeto SEI, também destaca o impacto positivo destas iniciativas nos alunos: “É preciso estimular os estudantes para a ciência. No contexto escolar existem sempre limitações para realizar este tipo de experimentação, aqui eles veem a ciência acontecer. Para muitos, é um momento de descoberta onde percebem que seguir um percurso científico é uma possibilidade real”.
Iniciativa que “abre portas” para o futuro
Do ponto de vista dos estudantes, a experiência também tem sido bastante enriquecedora. Uma das estudantes reforça que este contacto “abre portas para percebermos se é algo que gostaríamos de fazer no futuro, dando-nos uma abordagem técnica e permitindo-nos conhecer profissionais da área”.
Outro estudante, considera a abordagem prática uma grande vantagem: “Prefiro aprender a partir de atividades práticas do que teóricas, e acho que estas sessões nos ajudam a entender melhor o que é a investigação e a consolidar conceitos”.
O projeto SEI culmina com o evento SEI.ence, um momento chave onde os participantes têm a oportunidade de apresentar os seus projetos e partilhar as descobertas realizadas, consolidando um percurso de aprendizagem que vai muito além da sala de aula.
Com um envolvimento crescente de alunos e atividades cada vez mais diversificadas, o projeto SEI promete continuar a inspirar futuros investigadores. Para o ICBAS, o objetivo é continuar a honrar o compromisso assumido em 2015, enriquecendo o percurso curricular de dezenas de estudantes e reforçando a ligação entre a universidade e as comunidades escolares.