Embora recentes, são filmes que nos vão fazer mergulhar nos meandros da história da Hungria. Alguns apresentam recordes de assistência em sala e continuam no topo das tabelas de visitas em plataformas streaming. AC/BC : Ciclo de filmes húngaros (antes e depois do Covid) vai passar de 7 a 28 de fevereiro, sempre às 18h00, na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto.
Organizado com o apoio da Embaixada da Hungria e do National Film Institut Hungary, este ciclo tem curadoria de István Rákóczi, professor da Universidade Eötvös Loránd, em Budapeste, e Professor Catedrático Convidado na Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP), a quem caberá introduzir e contextualizar cada uma das quatro projeções programadas.
O “cartaz “arranca a 7 de fevereiro, com a história de uma “égua prodigiosa”… Falamos de Kincsem, a água de corrida cuja vida é retratada neste filme de Gábor Herendi, lançado em março de 2017. Considerado um dos melhores cavalos de corrida do século XIX, este verdadeiro “ícone nacional” tem o mais longo registo de vitórias (54) de qualquer cavalo de corrida. Inspirado em factos verídicos, o argumento é, essencialmente, ficcional.
Trata-se do segundo filme mais caro da história do cinema húngaro e foi visto por 456.000 pessoas. O tema escolhido por István Rákóczi para introdução ao filme será “Húngaros, pais fundadores de Hollyvood”.
Dia 14 de fevereiro, será exibido Budapest Noir. Este filme realizado por Éva Gárdos, em 2017, é baseado no romance homónimo de Vilmos Kondor. Os 95 minutos deste policial representam uma oportunidade para mergulhar na atmosfera fascizante dos anos 1930, na cosmopolita capital de Budapeste. O tema de introdução do filme será o contexto da realidade húngara durante o período entre guerras.
A 21 de fevereiro, apagaremos as luzes para assistir a Aqueles que ficaram, de Barnabás Tóth, que tem por base um romance de Zsuzsa F. Várkonyi. Este filme, realizado em 2019, deixa-nos entrar na vida de dois judeus que sobreviveram ao Holocausto. Com eles, vamos conhecer um país no pós-segunda guerra, ainda cercada pela Rússia comunista e respetivos agentes que operam durante a noite.
Nomeado pela Hungria para os Óscares de 2020 na categoria de Melhor Longa-Metragem Internacional, o filme foi pré-selecionado para o top 10. O holocausto no cinema húngaro será, precisamente, o tema de introdução ao filme.
Já mais próximo do final do mês, a 28 de fevereiro, será a vez de Semmelweis. Ainda mais recente, este filme de 2023 é um drama biográfico húngaro dirigido por Lajos Koltai a partir de roteiro de Balázs Maruszki. Apresenta-nos a vida de um médico, Ignaz Semmelweis, que se dedicou ao estudo da febre puerperal, manifestação clínica de uma infeção que atacava o aparelho reprodutor feminino, principalmente nos três primeiros dias após o parto, e que causava dores abdominais agudas, febre e debilidade.

O ciclo encerra a 28 de feveriero, com a exibição de “Semmelweis”, de Lajos Koltai. (Foto: DR)
O filme faz-nos viajar até uma maternidade em Viena, durante o ano 1847, onde Ignaz Semmelweis procura ir além das teorias médicas tradicionais. Imediatamente após sua apresentação, este filme recebeu diversos prêmios no Festival de Cinema Húngaro de Los Angeles. Tornou-se o filme húngaro mais visto de 2023. Durante a introdução ao filme, István Rákóczi irá abordar a questão dos Prémios Óscar húngaros.
A entrada nas sessões é livre, ainda que limitada à lotação do espaço.