A estudante Carolina Pereira, do Programa Doutoral em Biologia Molecular e Celular (MCBiology) da Universidade do Porto, a desenvolver investigação no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), foi premiada pela revista científica “Disease Models and Mechanisms” com uma travel grant para participar no workshop «The Hematological Tumor Microenvironment and its Therapeutic Targeting», da Escola Europeia de Hematologia, que terá lugar em Londres, de 16 a 18 de fevereiro deste ano.

Sob coordenação de Delfim Duarte, líder do grupo «Hematopoiese e Microambientes» do i3S e hematologista no IPO-Porto, Carolina Pereira vai apresentar, sob a forma de poster, o trabalho que está a desenvolver sobre as interações entre células malignas de leucemia mieloide aguda e as células saudáveis de suporte na medula óssea.

“Sabemos que as células de leucemia conseguem alterar o ambiente da medula óssea onde se encontram para assegurarem a sua própria sobrevivência e proliferação. Por isso, é importante percebermos em detalhe como estes processos celulares de transformação ocorrem, para os utilizarmos como possíveis alvos terapêuticos”, refere a estudante de doutoramento.

O grupo em que a jovem investigadora está inserida identificou uma “molécula de adesão celular, que permite que as células de leucemia estejam ancoradas ao seu nicho protetor. Utilizando modelos animais pré-clínicos de leucemia mieloide aguda, conseguimos observar o efeito de inibidores dessa molécula de adesão, em combinação com regimes de quimioterapia clássica utilizada na clínica, e observamos redução da infiltração de leucemia. Para já, estamos ainda a dissecar o mecanismo que regula este efeito”, explica.

A presença neste workshop da Escola Europeia de Hematologia, sublinha Carolina Pereira, vai “permitir-me partilhar este trabalho com vários cientistas de topo na nossa área de investigação. Será uma excelente oportunidade para receber feedback sobre o nosso trabalho e, sobretudo, adquirir novos conhecimentos que possa aplicar neste projeto”. Além disso, acrescenta, representa “um reconhecimento da nossa investigação e também da importância de a partilharmos com outros investigadores de renome da mesma área”.