O Festival Teoria das Cordas está de regresso à Universidade do Porto. O programa deste ano propõe quatro concertos, a decorrer de 10 a 18 de janeiro, em diferentes espaços universitários. Como nas edições anteriores, a entrada é livre.
Para a abertura, já no dia 10 de janeiro, às 21h00, no Salão Nobre da Reitoria, foi convidado o jovem guitarrista Vasco Grãos que, embora ainda esteja a finalizar a sua formação, já foi distinguido com quase três dezenas de prémios em concursos nacionais e internacionais. Para esta atuação, Vasco Grãos convida-nos a conhecer alguns segmentos da história da música e a sua expressão através da guitarra, começando pelo barroco de J.S. Bach e avançando para o romantismo de J.K. Mertz.
Na segunda parte do programa, o concertista propõe um diálogo entre obras suas e do compositor mexicano Manuel Maria Ponce, a que se seguirá uma peça do guitarrista russo Nikita Koshkin, terminando o serão com dois arranjos de duas das músicas da suite Cuatro Estaciones Porteñas, de Astor Piazzolla: “Invierno” e “Primavera”.
O segundo concerto, agendado para dia 11, sábado, às 18h00, aproveita as condições oferecidas pelo Auditório da Faculdade de Engenharia (FEUP), para colocar a guitarra de Eudoro Grade em diálogo com a marimba e o vibrafone de Vasco Ramalho.
Reunidos no Duo Guirimbadu, estes dois músicos algarvios apresentam um programa eclético, designado “Sonoridade Intemporal da Música Portuguesa”, que parece estar estruturado em três eixos: por um lado, temas de compositores como Luís de Freitas Branco e, nossos contemporâneos, Filipe Raposo, Nuno Sequeira Rodrigues e Cristóvão Silva; por outro, músicas populares como as de Carlos Paredes e Sérgio Godinho; finalmente, arranjos de temas de música tradicional. Uma mistura musical a que a sonoridade instrumental, de matriz africana e europeia, dará novos sentidos.

O Projeto Lapa atua no próximo dia 17 de janeiro, na Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva. (Foto: DR)
Será sob a sombra tutelar do esqueleto de baleia suspenso no átrio da Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva que decorrerá na semana seguinte, a 17 de janeiro, sexta-feira, às 21h00, o terceiro concerto deste cíclo, o Teoria das Cordas, desta vez inteiramente dedicado ao compositor Fernando C. Lapa. Através da guitarra a solo, em duo e em trio, será possível mergulhar no universo de Lapa, pautado pela sua linguagem com base nas melodias tradicionais portuguesas bem como pelas suas obras com uma escrita mais moderna.
O Projeto Lapa é formado pelos guitarristas Francisco Berény, Hugo Simões e Rita Barbosa e, por vezes alargado a outros instrumentistas, tem divulgado a obra do compositor vila-realense em diversos concertos nacionais.
O último concerto do ciclo, a 18 de janeiro, sábado, às 16h00, terá lugar na bela escadaria da entrada da Fundação Marques da Silva. Quem vai tomar o pulso à guitarra será João Diogo Leitão, conhecido pela sua abordagem contemporânea à viola braguesa, instrumento da tradição popular minhota, que apresentará as suas inventivas composições para este instrumento.
João Diogo Leitão estabeleceu as suas letras de honra com a guitarra clássica, tendo sido solista com várias orquestras, nomeadamente a do Norte, a Metropolitana de Lisboa, a Clássica da Madeira e a Gulbenkian. Mas, apaixonado pelo som das cordas duplas de metal, dedicou-se à viola braguesa e realizou em 2024 a sua primeira digressão internacional a solo com este instrumento, tendo tocado na Finlândia, Suécia, Letónia, Kuwait e E.U.A.
Com direção artística de Francisco Berény, Teoria das Cordas é um ciclo de concertos organizado pela Casa Comum da Universidade do Porto e o Curso de Música Silva Monteiro, com a parceria do Comissariado Cultural da Faculdade de Engenharia da U.Porto, o Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto e a Fundação Marques da Silva.
O acesso aos concertos é livre, ainda que limitado à lotação de cada espaço.