Claudio Sunkel, diretor do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) e Professor Catedrático do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), foi recentemente eleito sócio correspondente da 5.ª secção – Ciências Biológicas da prestigiada Academia das Ciências de Lisboa. Trata-se de uma distinção que reconhece a reputação científica de docentes e investigadores portugueses.

Proposto pela Secretária-Geral da Classe de Ciências da Academia, a bióloga Salomé Pais, e depois eleito pelos restantes membros, Claudio Sunkel diz sentir-se “profundamente honrado e humilde com a incorporação na Academia das Ciências de Lisboa como membro”.

Trata-se, sublinha, “de um reconhecimento de grande prestígio que julgo ser um testemunho não só da minha dedicação pessoal e paixão pelo avanço do conhecimento e da ciência em Portugal, mas também do esforço coletivo de todos aqueles que me inspiraram, apoiaram e colaboraram comigo ao longo da minha carreira desde que cheguei a Portugal, há 38 anos”.

A Academia das Ciências de Lisboa, continua o diretor do i3S, “é uma instituição muito importante de excelência intelectual que tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento de todas as ciências que transcendem as fronteiras disciplinares, contribuindo para o desenvolvimento mais amplo da ciência e da sociedade. Como tal, estar entre os seus membros, que são todos grandes cientistas, é um privilégio e uma responsabilidade que abraço com grande entusiasmo”.

“Agradeço à Academia esta honra e espero contribuir para a sua missão de promover o progresso científico, a inovação e o diálogo interdisciplinar e trabalhar no âmbito do conceito da Academia para influenciar as políticas públicas e promover o desenvolvimento da ciência em Portugal”, completa Claudio Sunkel, que se junta assim a outros nomes da U.Porto na Classe de Ciências ACL, como são os casos mais recentes de Maria João Ramos (FCUP), Ana Cristina Freire (FCUP), Deolinda Flores (FCUP), Pedro Camanho (FEUP) ou de José Luís Figueiredo (FEUP).

Relativamente ao impacto desta eleição, o docente e investigador da U.Porto confessa que “motiva-me ainda mais a continuar o meu trabalho, lutando por descobertas que contribuam para o enriquecimento do conhecimento e para a melhoria do nosso mundo. Este reconhecimento não é apenas uma conquista pessoal, mas um sucesso partilhado com todos os que fizeram parte do meu percurso – colegas, mentores, estudantes e colaboradores. Juntos, continuamos a ultrapassar os limites do que sabemos e compreendemos, com o objetivo final de ter um impacto positivo na sociedade através do poder da ciência”.

A eleição dos novos sócios correspondentes da Classe de Ciências teve lugar no passado dia 10 de dezembro, durante a reunião plenária da Academia das Ciências de Lisboa. A assinatura do compromisso académico ocorrerá no Dia da Academia, a 3 de julho de 2025.

Sobre Claudio Sunkel

Claudio Sunkel nasceu no Chile em 1958 e estudou Biologia e Genética na Universidade de Sussex, Reino Unido, onde obteve o grau de Doutor em Genética. Entre 1983 e 1987 desenvolveu trabalho como investigador no Imperial College, Universidade de Londres e, em 1987, mudou-se para o Porto, onde formou o Laboratório de Genética Molecular no Centro de Citologia Experimental da Universidade do Porto. Oito anos depois foi eleito vice-diretor deste centro.

Entre 2000 e 2009, foi vice-diretor do Instituto de Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto (IBMC), que nasceu do Centro de Citologia Experimental e está agora integrado no i3S, tendo sido eleito diretor em 2009, cargo que ocupou até 2019.

Enquanto líder de um grupo de investigação no IBMC Claudio Sunkel estudou a divisão celular e as bases genéticas do cancro, tendo descoberto e caracterizado a função do gene Polo (Plk1), um gene essencial na regulação da divisão e proliferação celular. Também contribuiu para o estudo e compreensão dos mecanismos moleculares responsáveis pela organização dos cromossomas durante a divisão celular, a organização do fuso mitótico, uma rede de microtúbulos responsável pela segregação dos cromossomas durante divisão e, mais recentemente, sobre os mecanismos que monitorizam a fidelidade do processo de divisão.

Foi membro do Wellcome Trust Molecules, Genes and Cells, founding committee (2006-2009), membro do Wellcome Trust India Alliance funding programe (2009-2019), coordenador nacional da avaliação das unidades de investigação financiadas pela FCT (2007-2009) e membro da European Molecular Biology Organization (EMBO), e foi Presidente do conselho do European Molecular Biology Laboratory (2013-2015).

Ao longo da sua carreira científica, Claudio Sunkel tem integrado painéis de avaliação de projetos e de investigadores em instituições como o INSERM, EMBO, Austrian Science Fund, Cancer UK, Irish Research Foundation, Italian National Science Foundation, Swiss Cancer League, MRC e a Dutch Canger Agency, sendo, atualmente, membro do comité de avaliação de programas de financiamento da Austrian Science Fund.Participa também de forma regular na avaliação de manuscritos submetidos a revistas científicas como a Nature Cell Biology, Current Biology, Journal of Cell Science, Journal of Cell Biology, PlosBiol, PlosGen, entre outros.

Com mais de 100 artigos originais publicados em revistas internacionais, Claudio Sunkel é atualmente Professor Catedrático em Biologia Molecular no ICBAS, diretor do programa doutoral em Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto, diretor do i3S e líder do grupo de investigação Cell Division & Genomic Stability do mesmo instituto.

Sobre a Academia das Ciências de Lisboa

A Academia das Ciências de Lisboa é uma das mais antigas instituições científicas nacionais de existência contínua. Foi fundada no dia 24 de dezembro de 1779, durante o reinado de D. Maria I, com o objetivo de promover o estudo das Ciências e das Artes quando Portugal estava a recuperar do terramoto, e é atualmente presidida por José Luís Cardoso.

Entre outras missões cabe à Academia incentivar a investigação científica, estimular o estudo da língua e literatura portuguesas e promover o estudo da história portuguesa e das suas relações com outros países. A Academia é também um órgão consultivo do Governo.

A eleição como sócio correspondente da Academia de Ciências de Lisboa é uma distinção que reconhece sobretudo a reputação científica granjeada pelos distinguidos.

Aos sócios correspondentes cabem os deveres de comparecer nas sessões plenárias, tomar parte nos trabalhos da academia, participar nos trabalhos da academia e incrementar as atividades das secções a que pertencem.