O XXIV Governo da República Portuguesa deu posse, no passado dia 5 de novembro, a 20 peritos independentes como membros do Conselho Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI). Entre eles inclui-se Adélio Mendes, Professor Catedrático de Engenharia Química na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).
Presidido por Carlos Oliveira, Ex-Secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, o CNCTI é um órgão consultivo do Executivo em matérias de ciência, tecnologia e inovação, que funciona em estreita colaboração com os membros do Governo responsáveis pelas áreas da Economia e da Ciência e Inovação. Colabora, ainda, em debates parlamentares destas áreas, sempre que seja solicitado pela Assembleia da República.
Este grupo de 20 peritos vai apoiar o governo na definição de políticas públicas em áreas estratégicas para o país, nomeadamente na definição do enquadramento institucional das Instituições de Ensino Superior e do Sistema Científico e Tecnológico, bem como na criação de instrumentos que permitam uma maior valorização económica do conhecimento gerado por aquelas instituições.
Para além de Adélio Mendes, a lista dos 20 novos conselheiros é composta por Amélia Santos (Innuos), Anabela Raymundo (ISA), Eliano Marques (Datamentors), Fernando Sousa (Companhia de Equipamentos Industriais), Gonçalo Quadros (Critical Software), Guido Du Boulay Villax (Hovione), Inês Lynce (INESC), Isabel Furtado (TMG Automotive), Joana Branco (BIOCANT PARK), Maria Manuel Mota (FMUL e IMM), Nuno Bicho (ICarEHB), Pedro Barquinha (CENIMAT), Pedro Gamboa (UBI), Pedro Oliveira (Nova SBE), Raúl Fangueiro (Fibrenamics), Ricardo Mendes (Tekever), Rui Paiva (Mobileum RISK), Teresa Mouga (MARE) e Tiago Sequeira (UC).
Notáveis ao serviço da nação
Numa altura em que a Ciência é cada vez mais relevante para a economia nacional e quando é necessário que as empresas reforcem o seu investimento em investigação e inovação, o aconselhamento do CNCTI, que reúne alguns dos maiores nomes da Ciência, assume um papel fundamental na definição das políticas públicas para estes setores.
O CNCTI foi criado inicialmente em 2012, sob a designação de Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia. Permaneceu em funções até 2016, só voltando à atividade em 2021.
O plenário do CNCTI é composto pelos presidentes da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), da Agência Nacional de Inovação (ANI) e do IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, juntamente com 20 individualidades de reconhecido mérito em diferentes áreas do conhecimento e da economia, representantes das instituições de I&D, dos centros de tecnologia e inovação, das instituições de ensino superior, dos centros académicos clínicos, de redes e consórcios de ciência e tecnologia, do meio empresarial e da comunidade científica internacional.
Adélio Mendes: Mais de três décadas de investigação e inovação
Licenciado em Engenharia Química pela Faculdade de Engenharia da U.Porto em 1987, Adélio Mendes doutorou-se pela FEUP em 1993. Em 2006 obteve o grau de agregação e, em 2014, tomou posse como Professor Catedrático em Engenharia Química. Leciona, entre outras, as unidades curriculares de Laboratórios de Engenharia Química III e Energias Renováveis e coordena as dissertações de mestrado em ambiente empresarial.
Na FEUP, coordena uma grande equipa de investigação com interesses em células fotovoltaicas – células sensibilizadas com corante e células perovesquita; células solares fotoelectroquímicas para a clivagem da água, fotoeletroredução do CO2; baterias redox de escoamento, células de combustível de eletrólito de membrana polimérica, reatores de membrana e reatores eletroquímicos, processos de separação com membrana e adsorção.
Adélio Mendes conta com mais de 250 artigos em revistas internacionais e 21 famílias de patentes. Ao longo dos últimos anos, dinamizou diversos projetos nacionais e internacionais que globalmente representaram um financiamento global superior a dez milhões de euros.
Em 2012, foi-lhe atribuída uma Advanced Grant do European Research Council, no valor de cerca de dois milhões de euros, para o desenvolvimento de células solares sensibilizadas com corante. Vencedor do Prémio Universidade de Coimbra em 2016, foi o responsável pela primeira cerveja sem álcool da Super Bock e o criador da patente mais cara vendida em Portugal, por cinco milhões de euros.