A investigadora Joana Carvalho Pereira, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), foi recentemente distinguida com uma menção honrosa pelo júri do Prémio Ricardo Jorge de Saúde Pública 2024, promovido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

O trabalho distinguido centrou-se na descoberta de novos alvos terapêuticos para combater a pneumonia bacteriana e destacou-se pelo seu “elevado mérito científico”.

Desenvolvido no grupo «Cell Biology of Bacterial Infections», liderado pela investigadora Sandra Sousa, o trabalho representa uma parte da investigação conduzida por Joana Carvalho Pereira no âmbito do Programa Doutoral em Biologia Molecular e Celular da U.Porto – com sede no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS). Da equipa faz também parte a investigadora do i3S Sílvia Vale-Costa.

A pneumonia bacteriana, explica a agora investigadora pós-doutorada, “é uma infeção respiratória causada maioritariamente por Streptococcus pneumoniae e provoca mais de 300 mil mortes anuais afetando essencialmente crianças e idosos». Esta bactéria, acrescenta, “causa danos pulmonares através da sua toxina formadora de poros, a pneumolisina”.

O trabalho submetido a concurso pela investigadora do i3S “explora os mecanismos moleculares e celulares de resistência que as células do hospedeiro ativam para sobreviver ao ataque por esta toxina”. O objetivo a longo prazo “será utilizar estas descobertas para o desenvolvimento de terapias inovadoras para combater a pneumonia através da modulação destes mecanismos de resistência”.

Este prémio, sublinha Joana Carvalho Pereira, “destaca o impacto do nosso trabalho de investigação na saúde pública nacional. Tendo em conta o problema da resistência aos antibióticos que enfrentamos a nível mundial, reconhece também a importância da alternativa estratégica que propomos para o combate da pneumonia numa visão mais focada no hospedeiro”.

Sobre o Prémio Ricardo Jorge de Saúde Pública

O Prémio Ricardo Jorge de Saúde Pública tem como objetivo contribuir para o progresso, promoção e reconhecimento da investigação e do apoio científico realizados em Portugal na área da Saúde Pública. Na base da atribuição do galardão estão critérios como o mérito e relevo científicos, a natureza inovadora do trabalho e/ou o desenvolvimento de novas metodologias, o impacto no ambiente e na sociedade e o potencial para promover conhecimento e inspirar mudanças na Saúde Pública.

A edição deste ano foi conquistada pelos investigadores Francisco Freitas Barcelos e Joana Moreno, com um trabalho denominado “Economic evaluation of Wolbachia deployments in the Madeira Island, as a Dengue control strategy”. A outra menção honrosa distinguiu o trabalho de investigação de Ana Paula Rodrigues sobre o “Impacte direto e indireto da Pandemia COVID-19 na mortalidade por todas as causas e por causas específicas em Portugal entre março de 2020 e dezembro de 2021”.

A entrega do prémio e dos diplomas às duas menções honrosas decorreu no dia 12 de novembro, no auditório da Fundação Champalimaud, em Lisboa, durante a sessão evocativa dos 125 anos do INSA, organizada no âmbito das celebrações do “Dia do INSA».