Dizem os números que é o terceiro negócio de tráfico ilícito mais rentável do mundo depois das drogas e da armas e, nos passados dias 14 e 15 de novembro, foi tema em destaque na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), no âmbito da Jornada sobre Prevenção do Tráfico Ilícito de Bens Culturais, organizada pelo Conselho Internacional de Museus – Portugal (ICOM Portugal), com o apoio do CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória», da FLUP, e do Município do Porto.
Com este evento, que assinalou pela primeira vez em Portugal o Dia Internacional contra o Tráfico Ilícito de Bens Culturais (TIBC), procurou-se “celebrar” os 54 anos da Convenção da UNESCO de 1970 relativa às Medidas a Serem Adotadas para Proibir e Impedir a Importação, Exportação e Transferência de Propriedades Ilícitas dos Bens Culturais.
“Do ponto de vista patrimonial, cultural e até societal, [o Trafico Ilícito de Bens Culturais] é um autêntico flagelo. E quando chamamos a atenção para este tema, não é só em cenários de conflito armado. É também a nível nacional, porque sabemos que as zonas mais abandonadas e desertificadas do país são mais sujeitas a essa depredação”, alerta David Felismino, presidente do ICOM Portugal.
Palavras que deram o mote para dois dias de um intenso debate que juntou vários especialistas nacionais e internacionais. Tudo com o objetivo de “aumentar a consciencialização, melhorar o intercâmbio de informações e cooperação e fortalecer a capacitação e especialização, com a apresentação de novos projetos internacionais” no domínio da prevenção do tráfico ilícito de bens culturais.